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Mancha no mar

16 de agosto de 2011

A Shell tenta conter o segundo rompimento em duto da plataforma Gannet Alpha, na costa escocesa. Acidente é possivelmente o pior da década no Mar do Norte.

Plataforma Gannet Alpha, fonte do vazamento de petróleoFoto: picture alliance/dpa

Mais de 216 toneladas de petróleo (cerca de 1.300 barris) já contaminaram as águas do Mar do Norte, neste que pode ser o pior vazamento na região desde o ano de 2000. Nesta terça-feira (16/08), a Shell disse ter identificado um segundo rompimento num duto da plataforma Gannet Alpha, a 176 quilômetros da cidade escocesa de Aberdeen. O primeiro vazamento havia sido comunicado às autoridades inglesas na última quarta-feira.

Segundo Glen Cayley, porta-voz da Shell, o segundo e menor rompimento está numa "posição difícil dentro de uma complexa infraestrutura submarina". Em entrevista a uma emissora de rádio, Cayley garantiu: "A fonte do vazamento continua a mesma. O rompimento inicial foi sanado na última quinta-feira. No entanto, o petróleo encontrou um segundo caminho para o mar. Não há um novo vazamento".

Depois de tentar abrandar a situação, a Shell admitiu somente no começo da semana que a quantidade de óleo que escapou do duto seria "significativa". De acordo com a companhia, o vazamento agora se limita a dois barris de petróleo por dia, depois da grande quantidade que fluiu no início do acidente.

Por meio de nota, a empresa também informou que a plataforma continua operando e os funcionários trabalham em segurança. A Shell não soube dizer até quando o duto irá expelir petróleo no Mar do Norte.

Mancha no mar

Apesar de o vazamento atual ser considerado "substancial" pelo governo britânico, as autoridades acreditam que a mancha deva se dispersar naturalmente antes que atinja a costa. Dados do Departamento de Energia e Mudança Climática (DECC) do Reino Unido mostram que, em 2009, a quantidade de petróleo despejada indevidamente no Mar do Norte foi de 50,9 toneladas. Em 2010, depois da explosão da plataforma Deep Horizon, da concorrente BP, cinco milhoes de barris contaminaram o Golfo do México.

O Comando Central para Emergência Marítimas da Alemanha, com base na cidade de Cuxhaven, avalia ser pouco provável que a mancha chegue ao litoral do país. Caso o vazamento comprometa a costa alemã, navios para conter a poluição entrarão em atividade.

Críticas

A Shell lamentou o ocorrido e disse "que trabalha duramente para proteger o meio ambiente e quando a empresa falha, como na situação atual, a companhia age rapidamente, como foi feito neste caso". Segundo Cayley, a Shell "agiu depressa ao colocar o time de emergência a postos, ao informar e trabalhar junto das agências governamentais".

No entanto, ambientalistas do Greenpeace criticam a petroleira e afirmam que o vazamento não está sob controle. "Quando se sobrevoa o local, vê-se que cada vez mais petróleo escapa. Não se pode dizer que a situação esteja controlada", rebateu Jörg Feddern, do Greenpeace.

A organização exige que a Shell esclareça as circunstâncias e diga publicamente o que acontece de fato na plataforma Gannet Alpha. Segundo Feddern, mesmo em pequena quantidade, o petróleo representa um veneno para a fauna e a flora.

Um porta-voz do governo escocês informou que o impacto do vazamento para a pesca foi reduzido à dimensão da mancha de petróleo, e que a atividade continua normalmente nas áreas não afetadas.

Mais petróleo

Ainda nesta terça-feira, a norueguesa Statoil divulgou que os dois campos de petróleo descobertos no mar do Norte, identificados como Aldous e Avaldsnes, são muito maiores do que se pensava anteriormente.

As duas reservas estão interligadas e acumulam entre 500 milhões e 1,2 bilhão de barris de petróleo. Tim Dodson, vice-presidente da Statoil, que detém 40% dos direitos de exploração, classificou a notícia como uma grande descoberta, a maior desde meados dos anos de 1980.

NP/dpa/rts/dpad
Revisão: Soraia Vilela

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