Vendas de vinil ultrapassam as de CDs nos EUA em 2022
17 de março de 2023
Pela primeira vez desde 1987, mais unidades de vinil são vendidas no país do que CDs. Serviços de streaming, porém, sustentam a indústria fonográfica americana.
Foto: Timo Jaakonaho/dpa/picture-alliance
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Pela primeira vez em 35 anos, a venda de discos de vinil superou a CDs nos Estados Unidos no ano passado. Desde 1987, eram comercializadas mais unidades de CDs no país do que do formato mais antigo.
Em 2023, os americanos compraram 41 milhões de unidades de vinil e 33 milhões de CDs, indicando uma mudança na tendência das últimas mais de três décadas, revelou um relatório Associação da Indústria Fonográfica dos Estados Unidos (RIAA) divulgado no início de março.
A receita com a venda de vinil nos EUA saltou para 1,7 bilhão de dólares em 2022, um crescimento de 4% em relação ao ano anterior. A popularidade do antigo formato cresceu constantemente nos últimos anos, alimentada por colecionadores e fãs nostálgicos.
A receita da venda de discos de vinil já havia começado a superar a dos CDs em 2020, porém, esta é a primeira vez desde 1987 que mais unidades de vinil foram vendidas do que as do formato mais novo.
Recorde dos serviços de streaming
Apesar do aumento das vendas, serviços de streaming continuam em primeiro lugar. Tanto as plataformas de áudio por assinatura quanto aquelas suportadas por anúncios cresceram 7%, alcançado uma receita recorde de 13,3 bilhões de dólares, o que corresponde a 84% do total das receitas da indústria fonográfica nos EUA.
O consumo por contas de assinaturas pagas compreende a maior parte, respondendo por 77% das receitas de streaming e ultrapassando 10 bilhões de dólares pela primeira vez. De acordo com a RIAA, 92 milhões de americanos são assinantes de algum serviço de streaming.
O faturamento da indústria fonográfica americana também cresceu pelo sétimo ano consecutivo. De acordo com a RIAA, em 2022, houve um aumento de 6% em relação ao ano anterior, chegando a 15,9 bilhões de dólares.
lj/cn (AFP)
Mera cópia? Casos de plágio na indústria musical
Processo de direitos autorais contra rapper Childish Gambino é apenas caso mais recente na controversa história do plágio na música pop. Shakira, Led Zeppelin e nem Bob Dylan estão a salvo de acusações espetaculares.
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Childish Gambino x Kidd Wes
Com seu ácido comentário contra desigualdade racial, brutalidade policial e violência armada, "This is America" fez história em 2019, como primeiro rap a receber o Grammy de melhor canção e disco. Dois anos mais tarde, Childish Gambino (pseudônimo de Donald Glover) está sendo processado por supostamente copiar seu "tema lírico, conteúdo e estrutura" do rapper Emelike Nwosuocha, aliás Kidd Wes.
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Nicki Minaj x Tracy Chapman
Segundo autos processuais divulgados em 7 de janeiro de 2021, a rapper Nicki Minaj foi sentenciada a pagar US$ 450 mil à cantora e compositora Tracy Chapman, cuja "Baby can I hold you" foi usada em "Sorry". Os pedidos anteriores da equipe de Minaj para utilização haviam sido repetidamente recusados. Aí a canção acabou vazando no rádio e tornou-se um hit.
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Led Zeppelin x Spirit
"Stairway to heaven" é uma das canções mais populares da história do rock. Mas seus autores são realmente Jimmy Page (dir.) and Robert Plant (c.)? Os herdeiros de Randy Wolfe, da banda Spirit, expressaram sérias dúvidas a respeito em 2014. Em 9 de março 2020, finalmente, um tribunal americano confirmou que o Led Zeppelin não roubou a criação do cantor e guitarrista.
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Lana Del Rey x Radiohead x The Hollies
Não há como negar que "Get free", de Lana Del Rey, soa muito como "Creep", do Radiohead, que exigiu direitos autorais sobre a canção. Ironicamente, partes de "Creep" também foram copiadas, de "The air that I breathe" (1974), de The Hollies. Neste caso, as duas bandas fecharam um acordo extrajudicial.
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Sam Smith x Tom Petty
A indústria musical tem sido assombrada por numerosas controvérsias de plágio. Em 2014, "Stay with me", de Sam Smith, esteve no foco das atenções por ser supostamente inspirada por "I won't back down", da lenda do rock Tom Petty. Ele obteve parte das "royalties", mas não ficou zangado, declarando que as semelhanças podiam ter sido acidentais.
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Robin Thicke e Pharrell Williams x Marvin Gaye
Robin Thicke e Pharrell Williams tiveram menos sorte: depois de ficar constatado que sua "Blurred lines" fora "mamada" do sucesso de Marvin Gaye "Got to give it up", de 1977, em 2013 eles tiveram que pagar US$ 7 milhões aos herdeiros do músico de soul. Mas ambos cantores-compositores continuaram negando o plágio.
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Moses Pelham e Sabrina Setlur x Kraftwerk
Num caso notório, apenas dois segundos de música desencadearam um processo de 20 anos, levantando a questão: onde começa o plágio, sobretudo na era digital? Para a canção "Nur mir", da rapper Sabrina Setlur, o produtor Moses Pelham sampleou a batida "Metall auf Metall", da banda techno alemã Kraftwerk. O caso foi acabar no Tribunal Europeu de Justiça.
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Shakira x Ramon Arias Vasquez
Outra estrela pop suspeita de ser plagiadora é Shakira. Em 2014, um tribunal federal americano concluiu que seu sucesso "Loca" era uma cópia ilícita de "Loca con su Tiguere", de Ramon Arias Vasquez, da República Dominicana. Um ano mais tarde, porém, a sentença foi retirada, por ter se baseado em provas falsas.
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Discurso do Nobel de Bob Dylan
Foi a jornalista americana Andrea Pitzer quem notou que umas 20 frases do discurso de Bob Dylan na entrega do Prêmio Nobel da Literatura em 2017 foram surrupiadas de um guia interpretação para estudantes do romance "Moby Dick", de Herman Melville. Mas o poeta pop nem pensou em citar a fonte.