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Venezuela adia eleições presidenciais

1 de março de 2018

Conselho Nacional Eleitoral anuncia que votação de 22 de abril será agora realizada na segunda metade de maio, após acordo entre governo e partidos da oposição. Principal coalizão opositora boicotou o pleito.

Maduro participou de um comício em Caracas nesta quarta-feira, após oficializar sua candidatura no CNE
Maduro participou de um comício em Caracas nesta quarta-feira, após oficializar sua candidatura no CNEFoto: picture-alliance/dpa/P. Miraflores

As eleições presidenciais na Venezuela, previstas para 22 de abril, foram adiadas para a segunda metade de maio após um acordo entre o governo e partidos da oposição, comunicou nesta quinta-feira (01/03) o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano.

"Foi proposto que se realize de maneira simultânea as eleições para presidente da República, as legislativas estaduais e as dos governos municipais na segunda quinzena do mês de maio de 2018", afirmou o CNE, sem informar ainda uma data específica.

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O adiamento foi também anunciado pelo ministro de Comunicação da Venezuela, Jorge Rodríguez. "Não há outra alternativa, a única opção é o voto", disse ele em coletiva de imprensa.

As eleições presidenciais venezuelanas, normalmente realizadas no fim do ano, já haviam sido antecipadas para abril, o que levou críticos a acusarem o governo de querer sabotar a oposição e beneficiar a candidatura à reeleição do presidente Nicolás Maduro.

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Na semana passada, a aliança opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) afirmou que não participará das eleições se não houver garantias do governo para a realização de um pleito livre e democrático.

A oposição conta, até agora, com um candidato: Henri Falcón, ex-governador estadual e um militar aposentado de 56 anos. Ele acredita que pode vencer as eleições aproveitando-se da grande insatisfação da população com os chavistas, dada a grave crise econômica que assola o país.

Segundo o Conselho Nacional Eleitoral, o adiamento das eleições para maio, definido num acordo assinado por vários partidos nesta quinta-feira, foi aprovado por Maduro e por Falcón.

A presidente do CNE, Tibisay Lucena, afirmou que um acordo entre governo e oposição na Venezuela demonstra que "os líderes e representantes são eleitos com as maiores garantias constitucionais e democráticas".

A MUD, que é a principal coalizão opositora do país, vem há tempos acusando o CNE de ser uma ferramenta governamental. A aliança clamou para que Falcón retire sua candidatura, acusando-o de legitimar um pleito que não tem garantias de que será livre e justo.

A convocação de eleições presidencias antecipadas no país é alvo de críticas inclusive por parte da comunidade internacional. Os Estados Unidos ameaçaram impor novas sanções ao governo Maduro, e a União Europeia (UE) clamou para que o regime venezuelano garanta a realização de uma votação justa, afirmando que o bloco está pronto para reagir caso isso não ocorra.

Em fevereiro, o chamado Grupo de Lima, composto por 14 países das Américas, desconvidou a Venezuela da próxima Cúpula das Américas, a ser realizada em abril no Peru. Na ocasião, o bloco também manifestou seu rechaço à antecipação do pleito.

EK/afp/ap/dpa/efe

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