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Venezuela chama credores para renegociar dívida externa

3 de novembro de 2017

País acumula compromissos de 150 bilhões de dólares no exterior. Anúncio eleva temor de calote por parte do governo de Nicolás Maduro, em meio à grave crise econômica.

Russland Präsident Nicolas Maduro in Moskau
Foto: picture-alliance/abaca/S. Karacan

O governo da Venezuela convocou nesta sexta-feira (03/11) credores estrangeiros para uma reunião em Caracas, com o objetivo de reestruturar sua dívida, estimada em 150 bilhões de dólares. O encontro está previsto para 13 de novembro. A convocatória imediatamente ampliou temores de um calote.

"Eu digo aos investidores em todo o mundo e aos detentores da dívida venezuelana: eu os chamo para vir a Caracas no dia 13 de novembro para iniciar um processo para refinanciar e renegociar a dívida externa", disse o presidente Nicolás Maduro.

Seu vice, Tareck El Aissami, que lidera uma comissão encarregada da reestruturação, disse que o governo está buscando "compromissos soberanos" para uma renegociação da dívida.

Maduro apresenta maior cédula da história do país

01:08

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 Ao lado dos ministros responsáveis pela economia, finanças e energia, El Aissami disse que o país começou a pagar 1,2 bilhão de dólares devidos em juros de títulos da petroleira estatal PDVSA.

El Aissami, que aparece numa "lista negra" de funcionários venezuelanos que são alvos de sanções por parte dos Estados Unidos devido a suspeitas de vínculos com o narcotráfico, disse que as negociações com credores "estabelecerão as bases para renegociar os termos da dívida externa da república e da PDVSA".

"Começaremos uma renegociação soberana da nossa dívida e continuaremos a cumpri-la de forma plena e transparente, como o nosso governo sempre fez na história", afirmou.

Crise

Com reservas cambiais de apenas 10 bilhões de dólares, a Venezuela acumula compromissos para 2018 que devem consumir quase todo esse valor. Tudo isso em meio a uma grave crise econômica.

De acordo com consultorias, a dívida externa de 150 bilhões de dólares do país inclui 45 bilhões em dívida pública, 45 bilhões em dívidas da PDVSA, 23 bilhões em dívidas com a China e 8 bilhões com a Rússia, entre outras obrigações. Um calote da dívida pode levar credores a pedir o confisco de bens da PDVSA no exterior.

A economia da Venezuela vem encolhendo de forma extrema, tendo diminuindo 36% nos últimos quatro anos, de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI). O país também sofre com a hiperinflação, que deve alcançar 2.300% no próximo ano. A produção de recursos primários, como o petróleo, também está em declínio por causa da falta de investimento na infraestrutura da PDVSA.

Dados

Também nesta sexta-feira, o FMI advertiu a Venezuela e acusou o país de não fornecer dados econômicos, como é solicitado a todos os membros. A ação do FMI não acarretou penalidades financeiras, mas é outro sinal da deterioração das relações da Venezuela com o Fundo.

O credor baseado em Washington, que monitora as economias de seus 189 membros, não consegue fazer a revisão anual da economia venezuelana há 13 anos. O conselho do FMI comunicou que "continua com esperança de que a decisão incentive as autoridades venezuelanas a se comprometerem com o fundo, através de provisão de dados regular".

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JPS/afp

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