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Venezuela e Colômbia chegam a acordo para reabrir fronteira

12 de agosto de 2016

Após quase um ano fechada, fronteira será reaberta de maneira "controlada e gradual", começando com cinco pontos liberados para pedestres. Centro binacional deve garantir segurança na região.

Juan Manuel Santos (esq.) e Nicolás Maduro
Juan Manuel Santos (esq.) e Nicolás MaduroFoto: picture-alliance/dpa/M. Gutierrez

Os presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro, e da Colômbia, Juan Manuel Santos, chegaram nesta quinta-feira (11/08) a um acordo para a abertura "ordenada, controlada e gradual" da extensa fronteira entre os dois países, fechada há quase um ano por decisão de Caracas.

"Vamos abrir a fronteira de forma ordenada, controlada e gradual", anunciou Santos em entrevista ao lado de Maduro, após reunião de cerca de duas horas e meia em Puerto Ordaz, no estado venezuelano de Bolívar.

Os governantes disseram que a abertura da fronteira começará com a passagem de pedestres em cinco pontos do limite fronteiriço a partir deste sábado, entre as 6h e as 19h, e que haverá um controle migratório. "Será expedido um documento para que os moradores da fronteira tenham as facilidades e para que se possa controlar quem entra e quem sai", detalhou Santos.

O presidente colombiano também destacou que a segurança na fronteira será uma questão-chave para que possa haver normalidade na região e, para isso, foi criado um centro binacional para "a luta contra o crime internacional". Maduro afirmou que a decisão de reabrir a fronteira foi tomada no último dia 23 de julho, quando os dois presidentes se reuniram em Havana.

Tensão na fronteira

A Venezuela e a Colômbia tem mais de 2.219 quilômetros de fronteira comum. Em julho deste ano, mais de 100 mil venezuelanos cruzaram a fronteira para comprar produtos básicos e medicamentos, durante dois domingos em que houve abertura.

Em 19 de agosto do ano passado, Maduro ordenou o fechamento da ponte Simón Bolívar, principal passagem entre a cidade colombiana de Cúcuta e as localidades venezuelanas de San António e Ureña. Cinco dias depois, as autoridades venezuelanas decretaram estado de emergência em seis municípios fronteiriços com a Colômbia, justificando a medida com o combate a grupos paramilitares, ao narcotráfico e ao contrabando.

O estado de emergência foi depois ampliado para 20 municípios, abrangendo os estados venezuelanos de Táchira, Zúlia e parte de Apure, o que levou ao fechamento de toda a fronteira. Desde então, mais de 1.355 colombianos foram repatriados e mais de 19 mil abandonaram a Venezuela voluntariamente, segundo fontes não oficiais.

LPF/efe/lusa

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