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Venezuela pede ao Brasil extradição de suspeitos de ataque

3 de janeiro de 2020

Cinco ex-militares são acusados por regime de Maduro de terem participado de ataque que terminou com um soldado morto e dezenas de armas roubadas. Grupo teria pedido refúgio no Brasil.

Procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab
Saab enviou carta a AriasFoto: Getty Images/AFP/Y. Cortez

A Procuradoria-Geral da Venezuela pediu nesta quinta-feira (02/01) ao Brasil a extradição de cinco ex-militares da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) que teriam participado de um ataque a um quartel perto da fronteira em dezembro. Eles teriam pedido refúgio ao governo no Brasil após a ação.

O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, enviou uma carta ao procurador-geral da República, Augusto Arias, solicitando que o Brasil inicie "os trâmites necessários" para "pôr à disposição" da Venezuela os cinco ex-militares acusados de participar de uma "operação insurgente".

Para o governo de Nicolás Maduro, os ex-militares são desertores e participaram de um ataque contra uma instalação militar em Gran Sabana, no estado de Bolívar, que faz fronteira com Roraima. Um soldado venezuelano morreu no ataque e 120 fuzis e nove lança-granadas foram roubados.

Saab afirmou que o pedido se baseia no tratado de extradição assinado entre os dois países em 1938. Para o procurador-geral da Venezuela, o governo de Jair Bolsonaro não pode conceder refúgio aos ex-militares, presos pelo Exército brasileiro na semana passada, porque eles teriam cometido "graves crimes comuns".

O Exército do Brasil reteve cinco militares venezuelanos em uma reserva indígena em território brasileiro e os conduziu a um interrogatório para estabelecer as razões de sua presença no país. A nota divulgada pelos ministérios da Defesa e das Relações Exteriores indicou que os militares estavam desarmados, mas não informou se foram detidos.

O ataque ao quartel ocorreu em 22 de dezembro. O governo de Maduro acusou então Brasil, Colômbia, Peru e Equador de terem facilitado o treinamento e a movimentação do grupo. Os quatro países negaram qualquer envolvimento com os ex-militares.

O Brasil é um dos quase 60 países que reconhecem o opositor Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela desde 2019. Já Saab foi nomeado procurador-geral pela Assembleia Nacional Constituinte, órgão composto exclusivamente por chavistas e que também não é reconhecido pelo Brasil.

CN/efe/lusa

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