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Venezuelanos protestam por falta de notas em bancos

17 de dezembro de 2016

Manifestantes vão às ruas em diversas cidades devido a problemas na distribuição de dinheiro. Governo tira de circulação 6 bilhões de notas de 100 bolívares e anuncia a de 500 bolívares, que estaria em falta nos bancos.

Venezuelanos fazem filas para trocar dinheiro no Banco Central em Caracas
Venezuelanos fazem filas para trocar dinheiro no Banco Central em CaracasFoto: Reuters/M. Bello

Centenas de venezuelanos protestaram nesta sexta-feira (16/12) em diversas cidades da Venezuela por problemas na distribuição de dinheiro. Em algumas regiões, os manifestantes bloquearam estradas com pneus incendiados e foram registrados saques em estabelecimentos comerciais e de caminhões com produtos básicos.

Os protestos ocorrem um dia depois do Banco Central da Venezuela (BCV) tirar de circulação as notas de 100 bolívares, a maior em circulação. A ação deixou as notas deste valor sem poder de compra e nem legalidade, razão que levou milhares de venezuelanos a fazer fila durante os três dias permitidos para fazer o depósito destas notas.

A população reclamou nos protestos que os bancos públicos e privados não dispõe das novas notas de 500 bolívares, que seriam distribuídas a partir desta quinta-feira. Houve queixas também de que algumas agências bancárias permaneceram fechadas e outras não estavam fazendo os depósitos.

Em El Callao, no sudeste do país, segundo emissoras de rádio locais, a população saqueou dois supermercados, que se recusaram a receber as notas de 100 bolívares. Na cidade de Maracaibo, a segunda maior do país, a população tentou saquear o Mercado das Pulgas, o que obrigou as autoridades a reforçar a segurança com polícias e militares.

Em Puerto La Cruz, no leste de Caracas, há informações de tensas manifestações porque os bancos locais impediram as pessoas de sacarem dinheiro e a polícia deu instruções aos comerciantes para fecharem as lojas.

O prefeito do município Sifontes, no estado Bolívar, Carlos Chancellor, compartilhou fotos no Twitter que mostravam dezenas de pessoas nos arredores de bancos públicos e disse que várias ruas estavam fechadas, por ameaças de saques e "fortes protestos" nessa região.

O governador de Miranda e duas vezes candidato presidencial, Henrique Capriles, por sua vez, afirmou que os cidadãos exigem uma prorrogação "para poder passar por esta transição dos bilhetes". A aliança opositora Mesa da Unidade Democrática divulgou reportes de protestos em Anzoátegui, Monagas, Zulia e Trujillo; e garantiu que todas estas manifestações respondiam à escassez de dinheiro em espécie.

O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ordenou no último domingo, a retirada de circulação das notas de 100 bolívares, alegando o combate a máfias internacionais que estariam a armazenando ilegalmente essas notas, para desestabilizar a economia venezuelana. 

Segundo o BCV, existem mais de 6,1 bilhões de notas de 100 bolívares em circulação, aproximadamente 48% do dinheiro que circula entre a população.

CN/efe/rtr/lusa

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