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Venezuelanos vão às urnas em clima de tensão

6 de dezembro de 2015

Cerca de 20 milhões de eleitores escolhem os novos membros da Assembleia Nacional em meio à escalada de hostilidade entre o governo de Maduro e a oposição. Unasul e OEA pedem que votação ocorra de forma pacífica.

Foto: Reuters/M. Bello

Cerca de 20 milhões de venezuelanos vão às urnas neste domingo (06/12) em meio à escalada de tensão entre o governo de Nicolás Maduro e membros da oposição. Nessas eleições legislativas, serão escolhidos os novos parlamentares que vão ocupar as 167 cadeiras da Assembleia Nacional venezuelana.

Os centros de votação abriram às 6h locais (10h30, na hora de Brasília) e ficarão abertos até às 18h locais (20h30, na hora de Brasília).

Pesquisas de intenção de voto mostram uma vantagem da aliança Mesa da Unidade Democrática (MUD), de centro-direita, sobre o governo do sucessor de Hugo Chávez. O líder socialista morreu em 2013 após 14 anos no poder.

Com o slogan eleitoral "En la Asamblea como sea" – na Assembleia, seja como for – Maduro chegou a dizer que iria às ruas "para defender a revolução" em caso de derrota do Partido Socialista Unido da Venezuela, mas depois recuou afirmando que vai respeitar os resultados.

O mandato do presidente segue até 2019, mas caso a oposição ganhe a maioria na Assembleia, seu poder de atuação pode ficar limitado.

Em nota, o Itamaraty afirmou que vai acompanhar a etapa final das eleições e a apuração dos votos e pediu que o pleito ocorra "dentro do marco da democracia".

Neste sábado, o secretário geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, fez um apelo aos venezuelanos para que as eleições sejam uma "festa cívica" e transcorram em "paz e tranquilidade".

"Pedimos a todos os setores da sociedade venezuelana que, após o resultado das eleições, encontrem os mecanismos para iniciar um diálogo e uma grande reconciliação nacional", afirmou em comunicado.

Observadores internacionais foram convocados pela oposição para acompanhar a votação. Uma missão da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) também vai monitorar o processo eleitoral.

Instabilidade

As eleições legislativas na Venezuela ocorrem semanas depois do assassinato do político opositor Luis Manuel Díaz, da MUD, morto por um tiro durante um comício eleitoral na cidade de Altagracia de Orituco, no norte do país.

Lilian Tintori, esposa do líder opositor Leopoldo López, preso desde fevereiro de 2014 por participar de protestos antigoverno, e outros membros da oposição apontam o governo socialista como responsável pela morte. Já Maduro atribui o assassinato à atuação de grupos criminosos.

Vários dirigentes da MUD estão presos ou impedidos politicamente. A aliança formada pela oposição promete fazer reformas econômicas e desafiar uma possível resistência de Maduro.

O governo venezuelano tem mantido hegemonia na Assembleia desde que a oposição boicotou as eleições em 2005.

A chamada "revolução bolivariana" de Chávez investiu em programas sociais com os lucros bilionários do petróleo, mas o país vive uma forte crise econômica, com alta inflação e escassez de alimentos, que atinge a popularidade de Maduro.

O secretário-executivo da MUD, Jesús Torrealba, afirma que essas eleições têm caráter de um "plebiscito". A oposição promete acompanhar a votação nos centros eleitorais para evitar fraudes.

KG/dpa/efe

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