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Venizelos relata progresso em negociações para formar governo grego

10 de maio de 2012

Líder socialista Evangelos Venizelos se disse otimista para uma possível coligação, após uma primeira reunião com o partido Esquerda Democrática. Pesquisa diz que radicais de esquerda vencem em caso de uma nova eleição.

Greece's Socialist PASOK leader Evangelos Venizelos delivers a statement after his meeting with Greece's conservative leader of New Democracy Antonis Samaras at the Greek Parliament in Athens, Monday, May 7, 2012. Greece faces weeks of political turmoil that could scupper its financial bailout after voters angry at crippling income cuts punished mainstream politicians, let a far-right extremist group into Parliament and gave no party enough votes to govern alone. (Foto:Petros Giannakouris/AP/dapd)
Foto: dapd

Pela primeira vez desde as eleições de domingo passado, há esperanças para a viabilização de um novo governo na Grécia. O chefe do socialista Pasok, Evangelos Venizelos, disse nesta quinta-feira (10/05) que há "bons presságios" para uma possível coligação, após uma primeira reunião de sondagem com o partido Esquerda Democrática.

Venizelos é o terceiro líder partidário a receber o mandato para a formação de governo, após os líderes da primeira e da segunda maiores bancadas parlamentares terem fracassado na tentativa de formar uma aliança governamental.

O líder do Partido de Esquerda, que deverá se unir ao Pasok e ainda aos conservadores do partido Nova Democracia para formar uma maioria parlamentar, se mostrou aberto a uma colaboração, mas insistiu ser contra o programa de austeridade implementado no país. Antonis Samaras, líder do Nova Democracia, bancada mais forte no parlamento após a eleição de domingo, declarou que seu partido se dispõe a apoiar um governo pró-europeu.

Permanência na zona do euro

Venizelos e Samaras insistem na permanência da Grécia na zona do euro, mesmo com as duras medidas de austeridade ditadas pela União Europeia. Pasok e Nova Democracia necessitam de mais dois mandatos para terem maioria no parlamento.

O chefe da Esquerda Democrática, Fotis Kouvelis, afirmou que a formação de uma coalizão poderá manter o país na zona do euro, embora ele tenha voltado a rejeitar as determinações de austeridade dos credores internacionais. "Proponho a formação de um governo ecumênico que respeite o mandato do povo”, declarou. Na eleição parlamentar de domingo, os eleitores gregos puniram os defensores de programas de austeridade, votando em partidos radicais que pregam a suspensão das medidas econômicas acordadas com a União Europeia e o FMI.

Se o Pasok não conseguir reunir uma maioria parlamentar que lhe permita formar um governo de coligação, o presidente do país, Carolos Papoulias, deverá reunir os líderes dos sete partidos representados no parlamento e apelar à constituição de um  executivo de unidade nacional.  Caso esta iniciativa também não tenha sucesso, a Grécia deverá ter novas eleições, provavelmente entre 10 e 17 de junho. 

Novas eleições podem dar vitória a esquerda radicalFoto: Reuters

Esquerda radical cresce na preferência dos eleitores

Segundo as últimas sondagens, a esquerda radical, contrária à manutenção do programa de austeridade econômica, poderá ser a vencedora se houver novas eleições. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Marc e divulgada nesta quinta-feira, o partido Coalizão da Esquerda Radical obteria 23,8% dos votos, se firmando como bancada mais forte no Parlamento. Na eleição no último domingo, o partido surpreendeu, se tornando a segunda maior força política. A pesquisa, primeira realizada após a eleição de domingo, feita por encomenda do canal de TV Alpha, aponta que o conservador Nova Democracia cairia para segundo lugar, com 17,4%.

Enquanto isso, credores ameaçaram abertamente parar com a ajuda financeira. "O país não pode esperar nenhuma ajuda adicional se não adiantar as reformas", alertou Ewald Nowotny, membro do conselho do Banco Central Europeu. Já o ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, disse em Berlim que a comunidade internacional está disposta a fazer tudo o que for necessário para ajudar a Grécia, contanto que os gregos se disponham a continuar trilhando o caminho das reformas e de contenção de gastos.

MD/dpa/rtr
Revisão: Roselaine Wandscheer

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