Verdes escolhem Annalena Baerbock para sucessão de Merkel
19 de abril de 2021
Copresidente é a candidata do Partido Verde à chancelaria federal. Verdes têm cerca de 20% da preferência eleitoral e reais chances de chegar ao poder na Alemanha.
Pesquisas indicam que, ao menos no momento, o poder é possível para Annalena BaerbockFoto: Kay Nietfeld/dpa/picture alliance
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Annalena Baerbock será a candidata a chanceler federal da Alemanha pelo Partido Verde na eleição de 26 de setembro, anunciou a direção do partido nesta segunda-feira (19/04) em Berlim. O nome dela ainda deverá ser confirmado numa convenção.
Baerbock é copresidente do Partido Verde ao lado de Robert Habeck, que fez o anúncio do nome dela como a candidata. Como ambos presidem o partido, um dos dois seria o candidato, o que deu origem a uma grande expectativa nos últimos dias.
Para capitalizar ao máximo o interesse público pela questão, ambos haviam anunciado que a decisão seria tomada no fim de semana e comunicada nesta segunda-feira.
Baerbock, de 40 anos, é a mais jovem candidata a chanceler federal desde a formação da República Federal da Alemanha, em 1949, e apenas a segunda mulher a concorrer ao cargo.
É a primeira vez que o Partido Verde participará da eleição com um candidato indicado à chancelaria federal. Os verdes têm se mantido constantes em torno dos 20% na preferência dos eleitores, segundo pesquisas, apenas poucos pontos atrás da aliança conservadora CDU-CSU, da chanceler federal Angela Merkel, e assim com reais chances de chegar ao poder.
Tradicionalmente, apenas partidos com reais chances de elegerem o chanceler federal indicam de antemão seu candidato para o cargo. A eleição do chanceler federal alemão é indireta e realizada pelo Bundestag (Parlamento). Com a indicação de um nome antes do início da campanha, os partidos deixam claro para os eleitores quem eles indicarão para a eleição indireta no Bundestag caso venham a liderar uma coalizão de governo.
as/cn (ots)
Os principais partidos alemães
São eles: Partido Social-Democrata (SPD), União Democrata Cristã (CDU), União Social Cristã (CSU), Partido Liberal Democrático (FDP), Alternativa para a Alemanha (AfD), Aliança 90/Os Verdes e A Esquerda.
Foto: picture-alliance/dpa
União Democrata Cristã (CDU)
Fundada em 1945, a CDU se considera "popular de centro". Seus governos predominaram na política alemã do pós-guerra. O partido soma em sua história cinco chanceleres federais, entre eles Helmut Kohl, que governou por 16 anos e conduziu o país à reunificação em 1990, e Angela Merkel, a primeira mulher a assumir o cargo, em 2005.
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União Social Cristã (CSU)
Igualmente fundada em 1945, a CSU só existe na Baviera, onde a CDU não está organizada. Os dois partidos são considerados irmãos. A CSU tem como objetivo um Estado democrático e com responsabilidade social, fundamentado na visão cristã do mundo e da humanidade. Desde 1949, forma no Bundestag uma bancada única com a CDU.
Foto: Getty Images
Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD)
Integrante da Internacional Socialista, o SPD é uma reconstituição da legenda homônima fundada em 1869 e identificada com o proletariado. Na Primeira Guerra, ele se dividiu em dois partidos, ambos proibidos em 1933 pelo regime nazista. Recriado após a Segunda Guerra, o SPD já elegeu quatro chanceleres federais: Willy Brandt, Helmut Schmidt, Gerhard Schröder e Olaf Scholz.
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Aliança 90 / Os Verdes (Partido Verde)
O partido Os Verdes surgiu em 1980, após três anos participando de eleições como chapa avulsa, defendendo questões ambientais e a paz. Em 1983, conseguiu formar uma bancada no Bundestag. Oito anos depois, o movimento Aliança 90 se fundiu com ele. Em 1998 participou com o SPD pela primeira vez do governo federal.
Foto: REUTERS/T. Schmuelgen
Partido Liberal Democrático (FDP)
O FDP foi criado em 1948, inspirado na tradição do liberalismo e valorizando a "filosofia da liberdade e o movimento pelos direitos individuais". Resgata a herança política de legendas liberais proibidas pelo nazismo.
Foto: picture-alliance/dpa
A Esquerda (Die Linke)
Die Linke surgiu da fusão, em 2007, de duas agremiações esquerdistas: o Partido do Socialismo Democrático (PDS), sucessor do Partido Socialista Unitário (SED) da extinta Alemanha Oriental, e o Alternativa Eleitoral por Trabalho e Justiça Social (WASG, criado em 2005, aglutinando dissidentes do SPD e sindicalistas).
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Alternativa para a Alemanha (AfD)
Fundada em 2013, e atualmente representada no Parlamento Europeu e em legislativos estaduais alemães, a AfD se alinha com outros partidos populistas de direita europeus, como FPÖ, FN ou Ukip. Só em 2016 ela definiu seu programa partidário, que oscila entre visões reacionárias, conservadoras, liberais e libertárias.
Foto: Reuters/W. Rattay
Os pequenos
Há numerosos partidos menores na Alemanha, como Os Republicanos (REP) e o Partido Nacional-Democrata da Alemanha (NPD), ambos de extrema direita, ou o Partido Marxista-Leninista (MLPD), de extrema esquerda. Outros defendem causas específicas, como o Partido dos Aposentados, o das mulheres, dos não eleitores, ou de proteção dos animais. E mesmo o Violeta, que reivindica uma política espiritualista.