1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Verdes já admitem aprovar II pacote antiterror

Estelina Farias18 de outubro de 2001

Gabinete deverá aprovar o pacote polêmico ainda este mês.

O Partido Verde da Alemanha mostrou-se disposto a um acordo na contenda que se trava na coalizão de governo por causa do segundo pacote de medidas para combater o terrorismo internacional. Os peritos dos verdes em questões jurídicas, Volker Beck e Cem Özdemir, disseram que, em princípio, não fazem objeção ao projeto, mas exigiram melhorias. Apesar das críticas crescentes, o gabinete deverá aprovar o projeto ainda este mês.

O ministro do Interior, Otto Schily, do Partido Social Democrático (SPD), esclareceu os seus planos para os dois deputados. Ele propõe uma ampliação das tarefas dos serviços secretos e limitação dos direitos individuais, sobretudo dos estrangeiros, bem como o de associação para facilitar a proibição de organizações extremistas islâmicas.

Schily defendeu o catálogo de medidas de combate ao terrorismo como instrumento de proteção das liberdades dos cidadãos. Os verdes e parte dos social-democratas continuam rejeitando o pacote parcialmente, como a introdução da impressão digital nos passaportes. As alas jovens dos dois partidos governistas criticaram o conjunto da iniciativa do ministro. Mas este tem o apoio da oposição conservadora democrata-cristã, social-cristã e liberal.

<b>Mais equipamentos </b>- O Sindicato dos Policiais e a Associação dos Militares exigiram mais pessoal e equipamentos. "Só assim poderemos combater o novo desafio do terrorismo", justificaram em entrevista coletiva. Eles rejeitaram uma ampliação das tarefas das Forças Armadas alemãs (Bundeswehr) na segurança interna, mas o presidente da associação militar, Bernhard Gertz, considerou sensato deixar a segurança do espaço aéreo por conta da Bundeswehr. O Exército estaria em condição de prevenir ataques terroristas, segundo ele.

Espionagem - Os peritos do Partido Verde concordaram com a ampliação pretendida dos serviços secretos. O projeto prevê investigações de dados de clientes dos bancos e dos correios, bem como de pessoas relacionadas com supostos terroristas e que trabalhem nas companhias de água, energia elétrica, aeroportos, hospitais e empresas dos setores vitais. Eles acham que depois da ameaça do bioterrorismo com o antraz, não se deve permitir que centenas de pessoas sejam ameaçadas. Os verdes querem, porém, esclarecer como serão protegidos os direitos dos cidadãos.

Criminalização - A organização ativista dos direitos humanos Pro Asyl vê no projeto uma ameaça à democracia e teme o surgimento de um Estado policial. Segundo o diretor da ONG, Günter Burkhardt, os planos não proporcionariam mais segurança e seriam negativos para os direitos humanos. A vice-presidente do partido neocomunista PDS, Petra Pau, pronunciou-se de forma semelhante. O pacote de medidas vai criminalizar os estrangeiros, principalmente os islâmicos, disse ela. O líder do Partido Liberal, Wolfgang Gerhardt, ao contrário, prometeu apoiar a iniciativa do Ministério do Interior.