Vice-chanceler alemão critica divergências sobre refugiados
30 de outubro de 2015
Sigmar Gabriel afirma que "chantagens" entre a CDU, partido de Merkel, e a aliada CSU são "irresponsáveis". "Quanto mais a briga na coalizão durar, mais espaço vão conquistar os radicais de direita", alertou.
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O vice-chanceler federal alemão, Sigmar Gabriel, criticou nesta sexta-feira (30/10) as divergências entre a União Democrata Cristã (CDU), partido de Angela Merkel, e sua tradicional aliada União Social Cristã (CSU) sobre a crise de refugiados na Alemanha.
Em entrevista à Spiegel Online, Gabriel, que também é ministro da Economia, afirmou que "chantagens e afrontas mútuas" são "indignas e simplesmente irresponsáveis".
Segundo Gabriel, a disputa entre os dois grandes partidos da coalizão de Merkel "ameaça a capacidade legal do governo" alemão. "Quanto mais a briga durar, mais pessoas vão se afastar da política, e mais radicais de direita vão conquistar espaço", alertou o vice-chanceler, líder do Partido Social Democrata (SPD) – parceiro da CDU-CSU na coalizão de governo federal.
O governador bávaro, que é líder da CSU, diz que o governo alemão tem até domingo para limitar e controlar o afluxo de migrantes e pediu o fim da "política de portas abertas".
Na quarta-feira, o secretário de Finanças da Baviera, Markus Söder (CSU) disse que a coalizão entre a CDU e a CSU se encontra "na situação mais difícil desde 1976", quando membros da União Social Cristã votaram a favor do rompimento com os democratas-cristãos. A CSU, no entanto, rejeitou especulações sobre uma possível quebra da coalizão entre os dois partidos.
O número de requerentes de asilo vindos dos Bálcãs que cruzam a fronteira da Áustria com a Alemanha não deve diminuir nas próximas semanas. Gabriel se reúne com Merkel e Seehofer no domingo para discutir uma solução para a crise migratória.
KG/epd/dpa/rtr
Como a Alemanha abriga os refugiados
A Alemanha receberá, só neste ano, até 450 mil refugiados. Mas quem espera por um visto precisar viver em locais bem distintos. Veja na galeria de fotos.
Foto: Picture-Alliance/dpa/P. Kneffel
Alojamento preliminar
Quando os refugiados chegam à Alemanha, vão para um alojamento preliminar. Este, em Trier, no estado da Renânia-Palatinado, tem capacidade para receber 850 pessoas que estejam à espera de um visto. Os refugiados precisam ficar por três meses até serem transferidos para outra cidade ou distrito – dependendo do local, as moradias são bem distintas.
Foto: picture-alliance/dpa/H. Tittel
Acampamento improvisado
Como muitos dos alojamentos preliminares estão lotados, outras instalações têm sido utilizadas para abrigar os refugiados. Em Hamm, no estado da Renânia do Norte-Vestfália, 500 pessoas vivem no salão para eventos da prefeitura. Com 2,7 mil m², o local foi divido em "quartos", cada um com 14 leitos.
Foto: picture-alliance/dpa/I. Fassbender
Pernoite na sala de aula
O enorme fluxo de refugiados leva muitas cidades ao limite de capacidade. Aachen, por exemplo, teve, em meados de julho, que abrigar 300 pessoas de uma hora pra outra. Logo, a única maneira de acomodá-los foi colocando camas numa escola da cidade.
Foto: Picture-Alliance/dpa/R. Roeger
Acampamentos provisórios
Nos últimos tempos, o número de campos para refugiados na Alemanha tem crescido vertiginosamente. Com a construção de um acampamento provisório, o alojamento central para refugiados em Halberstadt, na Alta Saxônia, aumentou consideravelmente a capacidade. Agora, no verão, essas tendas temporárias podem ser utilizadas. Até que o inverno comece, outros alojamentos devem ser colocados à disposição.
Foto: Picture-Alliance/dpa/J. Wolf
Vivendo com dificuldades
Atualmente, a cidade de Dresden tem um dos maiores acampamentos para refugiados. Contudo, viver por lá exige paciência dos moradores. Há filas gigantes para os banheiros e nos refeitórios. No total, o local abriga atualmente mil pessoas, de 15 nacionalidades. Nos próximos dias, outros refugiados deverão chegar – até que se chegue à capacidade total de 1.100 pessoas.
Foto: Picture-Alliance/dpa/A. Burgi
Morando em containers
Para que a capacidade de receber os refugiados seja maior, muitas cidades alemãs têm construído containers que servem de moradia. Em Trier, por exemplo, a solução vem sendo utilizada desde 2014. Atualmente, são mais de mil pessoas nessas instalações.
Foto: Picture-Alliance/dpa/H. Tittel
Atentados
A foto mostra o corpo de bombeiros apagando o incêndio causado por um atentado nas instalações de Remchingen, no estado de Baden-Württemberg. Muitas vezes, a oposição de muitos moradores à chegada dos refugiados acaba se transformando em violência. No momento, há ataques quase diários aos alojamentos – principalmente no leste e no sul da Alemanha.
Foto: Picture-Alliance/dpa/SDMG/Dettenmeyer
O envolvimento político
O vice-chanceler alemão, Sigmar Gabriel, conversa com crianças de um campo de refugiados na cidade de Wolgast, no estado de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental, onde vivem cerca de 300 pessoas. O político exigiu que o governo alemão preste auxílios financeiros aos munícipios atingidos. Porém, Gabriel salientou que receber refugiados não é uma questão de dinheiro, mas, sim, "de decência".
Foto: picture-alliance/dpa/B. Wüstneck
Novas instalações
Para que os refugiados possam ser devidamente abrigados, vários municípios estão construindo novos alojamentos – como em Eckental, perto de Nurembergue, na Baviera. A foto mostra o novo complexo, que terá capacidade para 60 pessoas. Os primeiros moradores devem chegar em janeiro de 2016.
Foto: Picture-Alliance/dpa/D. Karmann
Novos acampamentos provisórios
Até que os novos alojamentos fiquem prontos, serão erguidos vários outras instalações de emergência. Como este, no parque industrial de Munique. Aqui, cerca de 170 membros de organizações humanitárias e do corpo de bombeiros constroem, de madrugada, um acampamento com duas dúzias de barracas e 300 leitos.