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Vice de Obama diz que Rússia tem que "parar de falar e começar a agir"

22 de abril de 2014

Em visita à capital da Ucrânia, Joe Biden diz que o governo russo tem pouco tempo para cumprir sua parte no acordo de pacificação caso não queira ter "maiores custos".

Biden (com Turtchinov): "comportamento mais provocante vai causar maiores custos"Foto: picture-alliance/dpa

O vice-presidente dos EUA, Joe Biden, disse nesta terça-feira (22/04), durante visita a Kiev, que a Rússia tem "pouco tempo" para avançar e cumprir sua parte no acordo fechado em Genebra na semana passada e ajudar no relaxamento da tensão no leste da Ucrânia, sob pena de arriscar novas sanções por parte de Washington.

Biden pediu que o governo russo retire suas tropas da fronteira com a Ucrânia e que não inflame ainda mais revolta no leste do país. "É hora de parar de falar e começar a agir", disse, se referindo ao governo em Moscou.

Após conversar com o presidente interino Olexandr Turtchinov e com o primeiro-ministro Arseniy Yatsenyuk, o vice-presidente americano ameaçou a Rússia com novas medidas punitivas, dizendo que "um comportamento mais provocador vai causar maiores custos e maior isolamento". Ele pediu que o Kremlin encoraje os separatistas a saírem dos prédios ocupados no leste ucraniano, a aceitarem a anistia e a fazerem suas reivindicações por meios políticos.

Yatsenyuk afirmou, em referência à Rússia, que "nenhum país deve se comportar como um bandido armado" e apelou para que Moscou mantenha "seus compromissos e obrigações internacionais".

Ajuda adicional

Biden anunciou que os Estados Unidos fornecerão crédito adicional de 50 milhões de dólares para auxiliar o governo da Ucrânia com as reformas econômica e política. O dinheiro inclui 11 milhões de dólares para ajudar na realização da eleição presidencial de 25 de maio.

A Casa Branca também comunicou a liberação de uma assistência em equipamento militar não letal no valor de 8 milhões de dólares para as forças armadas ucranianas, incluindo artefatos para desarmamento de bombas, equipamentos de comunicação e veículos.

Antes, os EUA haviam acusado novamente a Rússia de estar envolvida nos distúrbios no leste da Ucrânia. O Departamento de Estado em Washington apresentou várias fotos como evidências de que alguns dos combatentes armados no leste da Ucrânia são, na verdade, militares ou agentes do serviço secreto russo. Moscou rejeita as acusações.

No leste da Ucrânia, há dez dias, ativistas pró-Rússia invadiram edifícios da administração pública em quase uma dúzia de cidades. Na quinta-feira, os ministros do Exterior de Ucrânia e da Rússia concordaram, durante uma reunião de emergência em Genebra, com um acordo para dar um fim ao conflito.

Kerry pediu a Moscou medidas concretas para um relaxamento da criseFoto: Reuters

Entre as decisões acertadas estão o desarmamento dos grupos armados ilegais, a saída dos edifícios ocupados e uma anistia. Entretanto, ainda não houve uma implementação das decisões.

Mais uma delegacia ocupada

Na cidade de Kramatorsk, combatentes armados ocuparam nesta terça-feira mais uma delegacia de polícia. Em Lugansk, manifestantes nomearam um "governador do povo", como informou a agência de notícias Interfax. Além disso, deve ser realizado um plebiscito sobre o status da região no dia 11 de maio.

Turtchinov disse, de acordo com seu porta-voz, durante encontro com Biden, que a ocupação da delegacia de polícia em Kramatorsk "destruiu tudo aquilo alcançado pelo acordo de Genebra".

Na segunda-feira à noite, o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, havia pedido ao seu colega russo, Serguei Lavrov, que o Kremlin tome "medidas concretas" para um relaxamento da situação no leste da Ucrânia. Ele pediu que Moscou "peça publicamente aos separatistas para que desocupem prédios ocupados e postos de controle ilegais". Lavrov, por outro lado, exigiu, segundo o governo russo, que os EUA impeçam que os "cabeças quentes" em Kiev "provoquem um conflito sangrento".

MD/afp/rtr/ap

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