Vice-premiê da Irlanda renuncia para evitar novas eleições
28 de novembro de 2017
Em meio à pressão da oposição, Frances Fitzgerald deixa cargo antes de enfrentar uma moção de censura no Parlamento irlandês. A conservadora é acusada de envolvimento em escândalo de corrupção na polícia.
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Em meio à pressão da oposição, a vice-primeira-ministra da Irlanda, Frances Fitzgerald, renunciou ao cargo nesta terça-feira (28/11), tentando assim evitar o aprofundamento de uma crise política que levaria à queda do governo e à convocação de eleições gerais antecipadas em dezembro.
Fitzgerald renunciou ao cargo antes de enfrentar uma moção de censura no Parlamento irlandês apresentada pelo principal partido da oposição, o centrista Fianna Fail (FF). Em questão estava o envolvimento de Fitzgerald num escândalo de corrupção na polícia. De 2014 a 2016 ela foi responsável pela pasta da Justiça e do Interior.
Segundo porta-voz do governo, o primeiro-ministro, o democrata-cristão Leo Varadkar, comunicou que aceitara a saída de sua "número dois" ao líder da legenda centrista FF, Michéal Martin. Martin tinha assegurado que o partido não avançaria com a moção de censura, caso Fitzgerald confirmasse sua demissão.
O partido nacionalista Sinn Féin, terceira força nacional, também apresentara uma moção de censura contra Fitzgerald, o que aumentou a pressão sobre a ex-ministra de Justiça para que abandonasse o cargo, levando-a a ceder.
Varadkar e o seu partido, o Fine Gael (FG), assumiram a defesa de Fitzgerald, mas o atual governo é minoritário no Parlamento e depende do Fianna Fail para governar. Ambos os partidos assinaram então um acordo de "confiança e facilitação", pelo qual o FF se comprometeu a não apresentar moções de censura contra os ministros e a apoiar o governo em, pelo menos, três votações de orçamento geral e outras relativas a questões de interesse nacional.
Negociações sobre o Brexit prosseguem
Essa moção de censura surgiu a três semanas de uma cúpula europeia decisiva sobre o estatuto da fronteira com a Irlanda do Norte após o Brexit. A Irlanda está imersa, junto com seus sócios comunitários, nas conversas sobre a saída do Reino Unido da União Europeia, que decidirá na cúpula de dezembro se esse diálogo passará para sua segunda fase.
Nesta primeira rodada de negociações, Londres e os 27 países do bloco abordam questões relacionadas aos direitos dos cidadãos, à conta de saída que os britânicos devem pagar e ao futuro da fronteira norte-irlandesa, fundamental para as economias das duas jurisdições da ilha da Irlanda e seu processo de paz.
Os líderes da UE vão se reunir em 14 e 15 de dezembro para avaliar se houve progressos suficientes nas negociações para a saída do Reino Unido, que permitam passar à segunda fase, sobre a futura relação comercial e o período de transição.
Dublin ameaça bloquear a passagem à segunda fase se até lá o Reino Unido não der garantias de que a fronteira entre Irlanda e Irlanda Norte se mantém aberta, livre de alfândegas ou outras barreiras. Após o Brexit, a fronteira de 500 quilômetros será a única terrestre entre o Reino Unido e outro país.
PV/lusa/efe/rtr/afp/ap
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Etimologia dos nomes de países europeus
Você sabia que "Ísland" significa "terra do gelo" e Irlanda ("Éire" em irlandês) remonta a uma deusa da fertilidade, o que faz do país "um lugar fértil"? Conheça a origem da denominação de Estados do Velho Continente.
Foto: picture-alliance/dpa/H. Galuschka
Portugal vem de "Portus Cale"
Muitos dos nomes de países europeus tiveram origem na Antiguidade romana, como Portugal, que remonta à atual cidade do Porto (foto). No tempo dos romanos, ela se chamava "Portus Cale" e se localizava na Galécia, território que hoje corresponde à Galícia e ao norte de Portugal. Mais tarde, essa última região passou a ser denominada Condado Portucalense e deu origem ao Reino de Portugal.
Foto: picture-alliance/dpa/H. Galuschka
Galo, Gália, França
Os francos eram uma tribo germânica que, com a decadência do Império Romano, passou a ocupar lentamente a província da "Gallia Belgica". Entre os séculos 5° e 6°, fundou-se o Reino dos Francos, dando origem à atual França. Já a Gália designava uma região ocupada pelos celtas ("galli", em latim). A palavra também se refere ao galo, o que explica por que esse animal é hoje um dos símbolos da França.
Foto: picture-alliance/dpa/Rauchensteiner
Coelhos espanhóis
"Hispania" era como os romanos chamavam a Península Ibérica. A palavra tem origem fenícia. Apesar de controversa, acredita-se que sua etimologia se encontre na antiga Cartago, cujos habitantes chamavam a região de "i-spn-ea" ou "terra dos damões", confundindo o coelho-europeu com um mamífero muito semelhante no norte da África (foto). Os romanos herdaram o nome da região dos cartagineses.
Foto: picture-alliance/Arco Images G
Mel de Malta
O arquipélago maltês deve seu nome, provavelmente, aos fenícios que o transformaram num entreposto comercial por volta do ano 1000 a.C., chamando a maior das ilhas de M-L-T ("malet" ou refúgio). O termo também pode ter se desenvolvido do grego "melitta" (abelha, mel). É interessante observar que, na Antiguidade, a ilha era conhecida pela qualidade do seu mel. Na foto, vê-se a capital Valetta.
Foto: Fotolia/schneiderpics
Alemanha, Deutschland
Na Gália, os francos tiveram de conter outra tribo germânica: os vizinhos alamanos. A terra dos alamanos passou a se chamar "Allemagne" ou Alemanha. Em alemão arcaico, a palavra "diutisc" (relativa a povo) era a designação que os germanos davam a si mesmo, dando origem ao alemão "deutsch", de onde vem o termo "Deutschland" ou "terra do povo". A foto mostra o Portão de Brandemburgo em Berlim.
Foto: picture alliance/chromorange/SPA
Holanda, Países Baixos
Holanda e Países Baixos descrevem o mesmo país. Num sentido mais estrito, porém, Holanda (do germânico "holt" e "land" ou "terra de florestas") se refere somente às províncias da Holanda do Norte e Holanda do Sul. Já o termo Países Baixos provém, inicialmente, da forma como os borgundos dividiram os seus territórios na Idade Média: em terras altas e terras baixas, que incluíam a atual Holanda.
Foto: NBTC Holland Marketing
Godos na Dinamarca
Dinamarca, do germânico "Tanne" e "Mark" (região de fronteira), era como os godos, povo que habitava a Escandinávia, chamavam a floresta que separava a sua terra ("Gothland") da "Scania", província no sul da Suécia que pertenceu à Dinamarca. Outras fontes apontam a raiz indo-europeia "dhen" (baixo, plano) e "Mark", ou seja, "terra plana" como origem do nome. Foto: a "Pequena Sereia de Copenhague".
Foto: picture-alliance/dpa/J. Lübke
Polônia camponesa
A etimologia do nome Polônia remonta ao povo eslavo ocidental dos "polonos", que no século 5° se fixou entre os rios Oder e Vístula. Esses, por sua vez, se derivam da palavra "pole", que quer dizer "campo, planície". Ou seja, os poloneses eram aqueles que cultivavam a terra. Assim, Polônia significa "terra de camponeses". Na foto, bandeiras são agitadas na praça da catedral de Cracóvia.
Foto: picture-alliance/dpa/EPA/P. Supernak
Rússia viking
Rússia tem origem na tribo dos Rus. Esse povo viking emigrou da Escandinávia para a Europa Oriental, chegando até o Mediterrâneo. Para a maioria dos cientistas, Rus vem de "ruotsi" ou remadores, nome dado pelos finlandeses aos suecos. Stalin tentou negar essa origem, já que, para os soviéticos, era inaceitável aceitar a fundação do Estado russo por povos não eslavos, principalmente por germânicos.
Foto: picture alliance/blickwinkel/McPHOTO
Islândia, Irlanda e Finlândia
Em islandês, "Ísland" significa "terra do gelo". Já Irlanda ("Éire" em irlandês) remonta a Eriu, deusa celta da fertilidade, o que faz do país "um lugar fértil". E em Finlândia (foto) se encontra o radical germânico "finn" (relacionado com "find", procurar): os finlandeses eram nômades dedicados à caça e à coleta. Em finlandês, o país se chama "Suomi", que vem de "suo" (pântano) e "maa" (terra).