Vila Olímpica em Tóquio registra primeiro caso de covid-19
17 de julho de 2021
Infecção confirmada a menos de uma semana do começo dos Jogos Olímpicos coloca em xeque a segurança do evento. Comitê organizador não divulgou a nacionalidade do infectado, mas disse que não se trata de um atleta.
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A menos de uma semana da abertura dos Jogos Olímpicos de Tóquio, foi confirmado neste sábado (17/07) o primeiro caso de covid-19 na Vila Olímpica, colocando em xeque a segurança do evento.
O chefe-executivo do comitê organizador, Toshiru Muto, não informou a nacionalidade da pessoa que testou positivo e nem se ela havia sido vacinada. As únicas informações divulgadas foram que se trata de um não-residente no Japão e que a pessoa infectada não é um atleta. Ela ficará em quarentena por 14 dias.
O caso é especialmente preocupante porque a maioria dos 11 mil competidores ficará hospedada na Vila Olímpica, uma área de 44 hectares. No entanto, de acordo com Muto, todas as medidas necessárias estão sendo tomadas para prevenir a propagação do coronavírus, de forma que todos no local se sintam seguros.
Dúvidas sobre segurança dos jogos
Também foram confirmados neste sábado outros 14 casos de coronavírus em pessoas ligadas aos Jogos, levantando novas dúvidas sobre as promessas de um evento "seguro e protegido". Entre os infectados, estão dois membros da imprensa, sete contratados para auxiliar nos jogos e cinco funcionários.
"Estamos bem cientes do ceticismo de várias pessoas aqui no Japão. Pedimos e convidamos o povo japonês, humildemente, a receber e apoiar os atletas de todo o mundo", disse Bach em entrevista coletiva.
Bach confia no bom desempenho dos atletas japoneses para melhorar os ânimos do público, que beira a agressividade.
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População teme evento "superpropagador"
Com o objetivo original de mostrar a recuperação do Japão após o terremoto e desastre nuclear de Fukushima em 2011, as Olimpíadas de Tóquio se tornam, cada vez mais, um desafio.
Adiado por um ano devido à pandemia, o evento será realizado sem espectadorese sob rígidas regras de higiene e quarentena. A maioria dos atletas está começando a chegar para o evento, que ocorre de 23 de julho a 8 de agosto.
A população japonesa teme que os Jogos, com a participação de pessoas de todo o mundo, possam se tornar um "superpropagador" de coronavírus, sobrecarregando o já lotado sistema de saúde japonês. Apenas cerca de 20% da população do Japão está totalmente vacinada contra a covid-19.
Embora o Japão tenha registrado muito menos casos que outras nações, contabiliza mais de 820 mil infecções por covid-19 e cerca de 15.000 mortes em razão da doença. O número de novos casos diários na cidade-sede de Tóquio, que está em seu quarto estado de emergência por causa do vírus, supera os 1.000 há quatro dias consecutivos.
Até o momento, mais de 40 pessoas envolvidas nos Jogos, incluindo japoneses e estrangeiros, testaram positivo para o coronavírus.
Os 49 membros da equipe brasileira de judô estão em quarentena depois que foram descobertos oito casos de covid-19 entre os funcionários de um hotel em que estavam hospedados em Hamamatsu, no sudoeste de Tóquio. Nenhum dos judocas testou positivo.
le (dpa, ap, reuters)
Desculpas curiosas para o doping
Seja a sogra, o irmão gêmeo não nascido ou a pasta de dente: esportistas que se dopam procuram, geralmente, pôr a culpa nos outros ou contam as histórias mais miraculosas. Aqui uma seleção de explicações curiosas.
Foto: picture-alliance/dpa/L. Coch
Lista negligenciada
"Tomo este medicamento desde 2006", disse a tenista Maria Sharapova, sem explicar por que ela, uma atleta saudável, precisa de um remédio cardiovascular. Desde o início de 2016, o meldonium, usado pela tenista, está na lista de doping. A explicação da atleta: "Eu não vi a lista."
Foto: picture-alliance/dpa/M.Murat
O abacate
Com 39 anos, Linford Christie (2° da esq. para dir.) já estava no outono de sua carreira, quando foi pego num exame antidoping em 1999. O agente dopante nandrolona foi encontrado no organismo do campeão olímpico de 1992. A explicação dele é interessante: ele não tomou o esteroide, mas comeu abacates. Somente Christie sabe o que essas frutas têm a ver com a nandrolona.
Foto: picture-alliance/Sven Simon
A dieta
Um fato inédito na Espanha: um esquiador de cross-country ganhou três medalhas de ouro para os ibéricos nos Jogos Olímpicos de Inverno de 2002. Johann Mühlegg se juntou à equipe espanhola após um desentendimento com a federação alemã. Ele foi pego devido ao hormônio EPO. Sua explicação: "Nos últimos cinco dias, fiz uma dieta especial, somente com proteínas e carboidratos". Ou seja, sem EPO.
Foto: Zoom Agence/Getty Images
O uísque
Inicialmente como auxiliar precioso à sombra de Lance Armstrong (dir.), o ciclista Floyd Landis (esq.) se tornou, de repente, vencedor da Volta da França após a saída de Armstrong: em 2006, Landis foi testado positivamente para testosterona. Após um colapso total, ele retornou de forma espetacular. Na ocasião, o ciclista disse que havia tomado muito uísque, mas depois admitiu o doping.
Foto: picture-alliance/dpa
A potência
Adrian Mutu só tinha boas intenções. Em 2004, o então atacante do Chelsea consumiu cocaína, mas naturalmente não para aumentar a sua perfomance em campo, mas para satisfazer o parceiro. "Só fiz isso para elevar minha potência sexual". A Corte Arbitral do Esporte (CAS) reagiu com indiferença às histórias de cama de Mutu e lhe condenou a multa de 17,2 milhões de euros.
Foto: picture-alliance/dpa
O suco
Numa coletiva de imprensa convocada às pressas, Martina Hingis anunciou a sua despedida do tênis em 2007, devido a dores nas costas e a um teste positivo. No campeonato de Wimbledon, ela foi pega por cocaína. Doping? Não, Hingis viu uma conspiração em curso. "Alguém a colocou no meu suco."
Foto: Getty Images/Michael Dodge
O espaguete
O atleta de bobsled britânico Lenny Paul foi pego em 1997 com um nível elevado de nandrolona – um clássico entre as substâncias dopantes. A sua desculpa para o teste positivo foi menos habitual: "eu comi espaguete à bolonhesa, a carne era de bovinos tratados com hormônios". Também o ciclista Alberto Contador usou o bife contaminado para explicar o seu caso.
Foto: Getty Images/P.Rondeau
A bombinha de asma
A ciclista Ivonne Kraft foi testada positivamente em 2007. A substância encontrada: fenoterol. Kraft a teria supostamente inalado: "A bombinha de asma da minha mãe estourou. Estava do lado e respirei toda a nuvem de spray." Uma coincidência muito infeliz.
Foto: picture-alliance/dpa/S.Simon
A sogra
Quase como do nada, Raimundas Rumsas subiu ao pódio da Volta da França. Enquanto os especialistas se mostravam surpresos, Edita, esposa de Rumsas, era pega na alfândega com diversas substâncias dopantes. O casal Rumsas afirmou que os medicamentos seriam para a sogra enferma do profissional do ciclismo.
Foto: picture-alliance/dpa/Repro
O romance
O ciclista Mario de Clercq era considerado, em 2003, um dos melhores na sua profissão. Então, foram encontrados com ele registros sobre medicamentos, planos de treinamento e tabelas de hematócrito (quantidade de hemácias no sangue). De Clercq negou veementemente o doping, alegando que tudo seria usado nas pesquisas para o romance que estaria escrevendo.
Foto: picture-alliance/dpa/Y.Boucau
A pasta de dente
Uma das histórias de doping mais contadas foi a do atleta alemão Dieter Baumann. O campeão olímpico de 1992 foi testado positivamente em 1999 e tentou vender a versão de uma pasta de dente manipulada. O renomado especialista em doping Werner Franke considera a ousada teoria como digna de credibilidade. Mas os dois ainda continuam devendo as devidas provas.
Foto: picture-alliance/dpa
O irmão gêmeo não nascido
Nos Jogos Olímpicos de 2004, o ciclista Tyler Hamilton conseguiu sua maior proeza: medalha de ouro na corrida contra o relógio. Então veio o choque: teste positivo para doping sanguíneo. "As hemácias estranhas no meu corpo foram produzidas pelas células estaminais do meu irmão gêmeo que morreu antes de nascer." Uma história fantástica, que posteriormente o próprio Hamilton afirmou ser mentira.
Foto: picture alliance / dpa
O presente sexual
Em maio de 1992, o velocista americano Dennis Mitchell (dir.) ganhou a medalha de ouro por equipe. Seis anos mais tarde, ele foi testado positivamente para testosterona. O atleta justificou o achado com quatro garrafas de cerveja e muito sexo. "Era o aniversário da garota. Ela merecia algo especial."
Foto: picture-alliance/dpa/S.Simon
Bombons e chá
Cuidado com as guloseimas provenientes de familiares: em 2004, o ciclista italiano Gilberto Simoni foi pego por cocaína. Segundo ele, isso não tinha nada a ver com doping. "Minha mãe me enviou bombons do Peru que estavam embrulhados em folha de coca." Numa outra declaração, ele colocou a culpa no chá da tia.