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Violência continua na Síria dias antes de prazo para cessar-fogo

7 de abril de 2012

Secretário-geral da ONU adverte governo sírio de que prazo das Nações Unidas e da Liga Árabe não seria "desculpa para continuar a matança". Governos ocidentais e opositores do regime não acreditam em promessas de Assad.

Foto: Reuters

Dezenas de pessoas morreram em nova ofensiva das tropas do regime Assad contra os principais centros dos rebeldes, informaram ativistas de direitos humanos neste sábado (07/04).

O embaixador norte-americano na Síria, Robert Ford, informara nesta sexta-feira (06/04) que forças do governo se retiraram de algumas cidades, mas mantiveram suas posições em algumas localidades ou deslocaram veículos blindados para outras regiões.

As informações de Ford baseiam-se em fotos de satélite de antes e depois do anúncio de retirada pelo governo sírio, publicadas na página do Facebook da Embaixada dos EUA – que se encontra fechada em Damasco –, declarou o embaixador.

Ainda nesta sexta-feira, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, exigiu das lideranças em Damasco que cessem imediata e incondicionalmente as operações militares contra a população síria.

Acusações de Ban

Apesar da promessa de Damasco de retirar até a próxima terça-feira (10/04) todos os soldados e a munição pesada dos centros habitados, a violência segue adiante de forma alarmante, disse Ban. Segundo o secretário-geral, mais de um milhão de sírios são afetados e o número de refugiados em países vizinhos é preocupante.

Ban critica severamente governo em DamascoFoto: Reuters

Em declaração publicada pelo jornal The New York Times na sexta-feira, Ban disse que o prazo apoiado pelo Conselho de Segurança até 10 de abril "não seria uma desculpa para continuar a matança".

Segundo a declaração do embaixador norte-americano, enquanto algumas tropas foram retiradas, outras foram mantidas próximas das localidades onde operam os rebeldes. As forças fiéis ao regime Assad prosseguem com as prisões, buscas e bombardeios de artilharia contra redutos da oposição, disse o embaixador.

Mais de 9 mil mortes

Tanto os governos ocidentais quanto a oposição síria já expressaram dúvidas frente às intenções do presidente sírio, Bashar al-Assad, de pôr um fim à violência. Eles temem que o governo sírio queira simplesmente ganhar tempo com sua anuência à proposta de paz do enviado especial da ONU e da Liga Árabe, Kofi Annan. O plano de Annan prevê que as armas silenciem na Síria a partir das 6h (hora local) da próxima terça-feira – quase 13 meses após o início dos levantes.

Turquia se prepara para onda de refugiados síriosFoto: Reuters

O contrabando de armas floresceu nos 330 quilômetros de fronteiras entre a Síria e o Líbano. Nos limites pouco controlados pelos sírios, os opositores de Assad se abasteceram principalmente de armas leves.

O regime em Damasco culpa os "grupos terroristas armados", com financiamento estrangeiro, pelos levantes no país. O governo sírio afirma que os "terroristas" seriam responsáveis por 2.200 mortes. Segundo dados da ONU, desde o início dos protestos e da repressão brutal pelas forças de segurança sírias, mais de 9 mil pessoas morreram na Síria – em sua maioria, civis.

CA/dpa/dapd
Revisão: Luisa Frey

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