Violência marca segundo turno de eleições presidenciais no Afeganistão
14 de junho de 2014Pelo menos 66 pessoas morreram neste sábado (14/06) em 150 atentados realizados por militantes talibãs no dia do segundo turno da eleição presidencial no Afeganistão. Mesmo assim, cerca de sete milhões de eleitores compareceram às urnas para escolher o sucessor do presidente Hamid Karzai.
O vice-ministro do Interior afeganistão, Mohammad Ayub Salangi, afirmou que entre os mortos estão cerca de 20 civis, 15 soldados, 11 policiais e um funcionário da comissão eleitoral. Segundo ele, as forças de segurança também mataram 19 combatentes talibãs. Entre os civis mortos, estavam cinco crianças, que perderam a vida quando a casa em que moravam foi atingida por um míssil.
Num pleito ofuscado pela violência, os afegãos foram convocados para escolher entre o ex-ministro do Exterior Abdullah Abdullah e o ex-ministro das Finanças Ashraf Ghani. Esta é a primeira mudança democrática de poder na história do país.
Abdullah recebeu a maior parcela de votos no primeiro turno, realizado no dia 5 de abril, sendo considerado o favorito. Não há pesquisas confiáveis de intenção de voto realizadas em toda extensão do país.
"Sinal encorajador"
Tanto o governo dos EUA como o da Alemanha afirmaram ser um "sinal encorajador" a grande quota de comparecimento às urnas, que foi em torno de 60%, conforme as autoridades afegãs.
Os primeiros resultados provisórios do pleito devem ser anunciados somente no começo de julho, devido ao lento processo de contagem e a acusações de fraude. A posse do novo presidente está prevista para o início de agosto.
Na primeira votação, Ashraf Ghani recebeu 31,5% dos votos, enquanto Abdullah Abdullah obteve o apoio de 44,5% dos eleitores. Para se tornar presidente, o candidato deve obter mais da metade do total de votos.
Os dois políticos pretendem selar um acordo bilateral de segurança com os Estados Unidos o mais rápido possível. Os candidatos também prometem acabar com a corrupção no país e dizem pretender negociar com os talibãs, para por fim às ondas de violência que devastam o país há uma década. Abdullah é popular no norte, enquanto Ghani tem mais seguidores no sul do Afeganistão.
MD/afp/dpa/dw