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Violência nas passeatas do Dia do Trabalho em Paris

1 de maio de 2019

Centenas de milhares de manifestantes em todo o país reivindicaram melhores condições de trabalho. Na capital, ação de elementos radicais resultou em danos e choques com a polícia. Cerca de 220 pessoas foram detidas.

Policial e manifestante em nuvem de gás lacrimogêneo em Paris
Policiais responderam com gás lacrimogêneo a ataques dos ativistasFoto: picture-alliance/AP/dpa/F. Mori

A tradicional manifestação sindical do Dia do Trabalho em Paris foi marcada nesta quarta-feira (01/04) por enfrentamentos entre elementos radicais e as forças da ordem, como temiam as autoridades.

Antes da passeata, já haviam começado os primeiros confrontos perto da estação de Montparnasse, de onde a manifestação partiu às 14h30 (9h30 em Brasília) e onde grupos violentos infiltrados entre os participantes lançaram objetos contra as forças da ordem e queimaram veículos nas ruas adjacentes.

No momento em que se iniciou o percurso até a Place d'Italie – trajeto em que fora ordenado o fechamento dos estabelecimentos comerciais para evitar vandalismo – houve novos confrontos entre os manifestantes radicais e a polícia. Os manifestantes atiraram pedras, incendiaram e destruíram veículos perto da estação ferroviária de Montparnasse.

Tensão aumentou perto do final das passeatas, na Place d'ItalieFoto: Reuters/B. Tessier

A presença de elementos radicais, denominados black blocs, tornou de alto risco as manifestações do 1º de Maio na França. O esquema de segurança foi reforçado, com a mobilização de mais de 7 mil agentes para as ruas de Paris, a fim de tentarem bloquear os "mil a 2 mil ativistas radicais" esperados pelas autoridades.

Segundo dados da polícia, foram interpeladas 290 pessoas, das quais 220 foram detidas. Essas detenções aconteceram nos mais de 15.300 controles preventivos, tanto de identidade quanto revistas de bolsas e veículos, realizados por toda a capital a fim a prevenir a chegada de manifestantes violentos.

Foram também apreendidas armas brancas e materiais usados na produção de coquetéis molotov. Encurralados entre militantes radicais e os assim chamados "coletes amarelos", os sindicatos franceses esperavam encontrar visibilidade, embora temendo que suas reivindicações não fossem audíveis em meio à violência.

Os agentes responderam às agressões com gás lacrimogêneo e avançaram com escudos contra grupos de radicais, inclusive na parte da passeata na qual estava Philippe Martínez, secretário-geral da Confederação Geral do Trabalho (CGT), principal sindicato organizador. Ele teve que ser retirado temporariamente da marcha, devido aos riscos para sua segurança.

Sindicatos foram afetados por ações de ativistas radicais e "coletes amarelos"Foto: Getty Images/AFP/Z. Abdelkafi

Após voltar para o protesto, Martínez acusou a polícia de atacar a CGT e pediu explicações ao ministro francês do Interior, Christophe Castaner. Em comunicado, o sindicato classificou o incidente como "escandaloso" e "inadmissível na nossa democracia".

Em sua mensagem reivindicativa de 1º de Maio, que ficou deslocada em meio aos confrontos, o secretário-geral da CGT destacou que os sindicalistas estão "muito satisfeitos com a amplitude da manifestação", e que as demais 225 manifestações realizadas na França aconteceram sem grandes incidentes.

Outra das centrais organizadoras da convocação de Paris, a Federação Sindical Unitária (FSU), se retirou da manifestação, diante da gravidade dos distúrbios. Os protestos de 1º de Maio na França reuniram um total entre 165.500 (números do Ministério do Interior) e 310 mil (segundo os sindicatos, , 40 mil das quais em Paris. A participação de "coletes amarelos" foi grande.

Fora da capital também houve distúrbios na cidade de Besançon, onde cerca de 300 "coletes amarelos" tentaram entrar numa delegacia, e em Toulouse, horas depois das manifestações que reuniram ali entre 5 mil, segundo a polícia, e 20 mil, de acordo com os organizadores.

AV/afp,lusa,efe

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