Regiões do país apresentam quarto dia consecutivo de temperaturas superiores a 44 graus. Nos primeiros três meses de 2019, previsão é que termômetros marquem entre 10 a 14 graus acima do normal para a temporada.
Praia cheia em SydneyFoto: picture-alliance/dpa/M. Tsikas
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O serviço de meteorologia da Austrália afirmou neste sábado (29/12) que a virada do ano no país ocorrerá em meio a uma onda de calor recorde, com temperaturas acima de 40 graus.
Nos primeiros três meses de 2019, as temperaturas continuarão altas, entre 10 a 14 graus acima do normal para a temporada. "Razão para o calor contínuo nessa época do ano é um anticiclone sobre o mar da Tasmânia, entre a Austrália e a Nova Zelândia”, diz a meteorologista Sarah Fitton.
A onda de calor que afeta a Austrália já ocorre desde o Natal. As praias estão cheias, os aparelhos de ar condicionado funcionam a toda força.
No centro ao sul do país, algumas regiões apresentaram neste sábado o quarto dia consecutivo de temperaturas superiores a 44 graus.
Na parte ocidental da metrópole Sydney, foram registrados neste sábado até 42 graus. Níveis recordes também foram vistos em outras partes do estado sudeste de New South Wales, nas cidades de Hay e Narrandera foram medidos, respectivamente, 44,5 e 43,2 graus.
O serviço de meteorologia australiano só publica seu relatório climático para 2018 em janeiro. O ano passado, 2017, foi o terceiro ano mais quente desde o início das medições. As temperaturas estiveram cerca de um grau acima da média. Os últimos 10 anos tiveram sete dos anos mais quentes na Austrália.
As temperaturas extremas também causaram uma mudança nas regras do famoso torneio de tênis Australia Open, em Melbourne. A partir da próxima edição da competição, realizada de 14 a 27 de janeiro, haverá novas medidas de proteção para os atletas, com mais pausas de descanso. Dependendo das condições do tempo, juízes podem interromper uma partida e, por exemplo, determinar uma pausa de dez minutos.
Até agora, os jogos só eram interrompidos quando as temperaturas atingissem mais de 40 graus Celsius. Nos últimos anos, os atletas tiveram frequentes problemas por causa do calor extremo.
Altas temperaturas, secas e incêndios florestais não são incomuns no verão australiano. Por causa das mudanças climáticas, aumenta o número de dias extremamente quentes e o perigo de grandes incêndios no continente.
Tanto animais quanto seres humanos sofrem com as altas temperaturas no verão europeu, mas isso não incomoda a maioria das borboletas. A má notícia é que em breve elas terão problemas. Entenda por quê.
Foto: picture-alliance/dpa/J. Büttner
Dias de cão no verão
A Europa teve recordes de temperatura neste verão. Enquanto na Espanha foi registrada a máxima de 46°C, em algumas cidades alemãs os termômetros marcaram em torno dos 40°C. Mas se a maioria dos animais lutava contra o calor, houve uma notável exceção.
Foto: picture-alliance/C. Steime
Clima quente e seco
Para a maioria das espécies de borboletas, a onda de calor foi muito bem-vinda, pois em algumas regiões europeias o verão é tipicamente chuvoso. "O tempo de voo delas é restringido por frio e umidade. E, se não voam, não se alimentam", diz Paul Ashton, chefe do departamento de Biologia da Universidade Edge Hill, no Reino Unido. Então, ao menos para borboletas adultas: sem chuvas, sem problemas.
Foto: picture-alliance/Jürgen Schwenkenbecher
Sem lugar para pôr ovos
Embora o clima quente e seco seja bom para o tempo de voo e a alimentação das borboletas, é provável que mesmo assim elas enfrentem problemas. "Considerando o outono, a postura e a eclosão dos ovos, pode haver dificuldades no futuro", aponta Ashton. Após longos períodos de calor extremo, as folhas onde as borboletas normalmente depositam seus ovos podem secar.
Foto: picture-alliance/dpa/M. Gerten
Espécie exigente e ameaçada
A borboleta marrom de argus ("Aricia agestis"), encontrada na Escócia e norte da Inglaterra, não pode simplesmente mudar para outra folha se a planta que escolheu está seca. A espécie deposita seus ovos exclusivamente na "rock rose", planta da família "Cistaceae" que só cresce em solo rochoso – o que significa que ela murcha mais rápido em climas quentes e secos.
Foto: picture-alliance/Hippocampus/F. Teigler
Poucas lagartas famintas à vista
A falta de plantas para postura de ovos significa menos lagartas. Portanto, embora seja provável que se vejam mais borboletas neste verão europeu, não se esperam toneladas de lagartas para o outono. A longo prazo, a onda de calor também não é boa para as borboletas. O declínio do número de insetos em todo mundo também se aplica às borboletas.
Foto: picture-alliance/blickwinkel/F. Hecker
Refúgio de flores silvestres
Para salvar borboletas e outros insetos, como as abelhas, muitas cidades começaram a plantar flores silvestres. Moradores de Bonn, na Alemanha, criaram este campo: "Bonn blüht und summt" (Bonn floresce e faz zumbido), que garante comida para os insetos no verão e um local de descanso no inverno.
Foto: DW/ C. Bleiker
Mais frio é melhor
A longo prazo, o aquecimento global prejudica mariposas como a fritilária-dos-pântanos. Essas espécies de alta altitude estão adaptadas a voar em condições muito frias. Na Escócia, a fritilária-dos-pântanos vive em elevações acima de 600 metros. Quando o tempo esquenta, ela voa mais alto. Mas há um limite de altitude que pode alcançar – e morre se não encontrar as plantas que precisa.
Foto: picture-alliance/blickwinkel/J. Fieber
Fim da destruição de habitat
O pesquisador Ashton diz que uma das principais razões para o declínio das borboletas, além do aquecimento global, é a perda de habitat. "É em parte devido às circunstâncias e em parte devido à intensificação agrícola", explica o ecologista. Se quisermos continuar vendo borboletas, e não apenas em vitrines, precisamos agir agora. Plantar belas flores silvestres no quintal pode ser um começo!