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Visita de Dilma à Bulgária inclui passagem pela cidade natal do pai

5 de outubro de 2011

Famosa nas ruas do país, a presidente cumpre agenda oficial e busca conhecer as raízes de sua família búlgara. Visita de dois dias inclui passagem pela cidade onde pai de Dilma nasceu, Gabrovo.

Dilma participou de cúpula Brasil-UE em BruxelasFoto: dapd

A caminho da Bulgária, a presidente Dilma Rousseff falou rapidamente sobre o que espera encontrar no país onde o seu pai nasceu: "Essa é uma viagem externa da presidente do Brasil, mas também a viagem da pessoa. E uma parte da minha raiz está na Bulgária", declarou rapidamente à imprensa quando deixava Bruxelas, na noite desta terça-feira (04/10).

Os búlgaros, por sua vez, aguardam com ansiedade a chegada de sua descendente mais famosa. Nos jornais, a agenda europeia de Dilma foi detalhada; na televisão, a notícia da visita e as raízes búlgaras da presidente são ilustradas também com imagens do Brasil.

E nas ruas, os cidadãos da capital Sofia parecem conhecer um pouco a trajetória de Dilma. "O pai dela era comunista, ela seguiu a tradição do pai e foi guerrilheira e eleita presidente pelo mesmo partido do Lula", falou à Deutsche Welle um rapaz de 25 anos, recepcionista de hotel.

Nesta quarta-feira, Dilma segue uma programação oficial e vai se encontrar com o presidente Georgi Parvanov e com o primeiro-ministro Boyko Borissov. Antes, no entanto, sua presença é aguardada em praça pública no centro da cidade. A parte mais emotiva da viagem será no dia seguinte, quando a presidente visita a cidade natal do pai, Gabrovo.

Ainda sobre a crise

Na Bulgária, a crise da dívida europeia deve sair um pouco de pauta. Mas antes de deixar Bruxelas, Dilma falou sobre a posição brasileira na próxima reunião de cúpula do G20. "Serão muito importante todas as medidas de ampliação da coordenação macroeconômica e a ampliação da regulação sobre as movimentações financeiras." O próximo encontro das vinte maiores economias do mundo acontece em Cannes, no início de novembro.

Segundo Dilma, as crises internacionais têm uma origem muito forte nos fluxos de capitais que estão fora de controle, e isso tem sido uma fonte inesgotável de problema. "Não se trata de uma questão de falta de recursos financeiros, estamos falando de países desenvolvidos. Mas se trata da falta de um consenso político em torno da recuperação", disse a presidente.

Depois de citar em diversos momentos em sua passagem por Bruxelas a experiência brasileira em contornar crises financeiras, de criticar as medidas austeras de ajustes fiscais e de se dispor a cooperar com a UE, Dilma afirmou que não se trata de convencer os europeus sobre o que eles têm que fazer. "Acho que a única coisa que não se pode ter nas relações internacionais é uma certa soberba, que aliás conhecemos porque tiveram com a gente."

Acolhida brasileira

Em Gabrovo, Dilma vai visitar uma escola, encontrar-se com a presidente da comunidade e visitar o Museu de História Regional. A cidade, a 200 quilômetros da capital, tem aproximadamente 66 mil habitantes e ganhou notoriedade no restante da Bulgária por ser o local de nascimento de Pedro Rousseff, que chegou ao Brasil no final da década de 1930.

Sobre suas raízes e o país que governa, Dilma comentou: “Esse país que é o Brasil tem essa capacidade imensa de absorver, de abraçar e de dar apoio, de transformar em nacional todas as etnias. Somos europeus, africanos, índios, somos asiáticos.”

Autora: Nádia Pontes
Revisão: Alexandre Schossler

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