Visita de premiê turco gera protestos na Alemanha
24 de maio de 2014Milhares de cidadãos foram às ruas de Colônia neste sábado (24/05), protestar contra o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan. Na cidade alemã, ele participou de um evento da União Democrata Turco-Europeia (UETD), aliada de seu partido, o Justiça e Desenvolvimento (AKP).
Segundo a polícia, 30 mil manifestantes participaram da marcha contra Erdogan, enquanto a comunidade alevita, que organizou o protesto, afirma que a manifestação contou com mais de 50 mil pessoas. O governante turco foi chamado de "assassino" e "lobo em pele de cordeiro" pela multidão, que fez um minuto de silêncio em homenagem às vítimas da tragédia de 13 de maio na mina de carvão da cidade turca de Soma.
Crítica à imprensa alemã
Já na Lanxess Arena de Colônia, palco do evento da UETD, o premiê turco foi recebido por 15 mil seguidores. Faixas traziam palavras de incentivo como "Nós estamos com você", "Mártir Erdogan" e "A Turquia se sente honrada com você", reforçando o clima de apoio.
Erdogan criticou a cobertura da imprensa alemã sobre a explosão da mina em Soma, que deixou pelo menos 301 mortos. Ele acusou alguns veículos de comunicação de tentar explorar a tragédia e ofender o governo turco, e reclamou que uma revista "chegou a trazer a manchete 'Pro inferno com Erdogan'".
Oficialmente, Erdogan viajou a Colônia para compor o evento em comemoração aos dez anos da UETD. No entanto, sua participação é avaliada por muitos como eleitoreira, a fim de conquistar votos entre os 1,5 milhão de eleitores turcos que vivem na Alemanha e deverão, em agosto próximo, ajudar a escolher o futuro presidente da Turquia.
O prefeito de Colônia, Jürgen Roters, classificou a visita de Erdogan como "provocação" e pediu moderação a apoiadores e opositores do primeiro-ministro turco. Alguns políticos alemães criticaram a participação de Erdogan no evento, por proporcionar tumulto na véspera das eleições europeias no país.
Apesar dos ânimos acirrados entre os manifestantes, segundo a polícia alemã não houve confrontos violentos entre os grupos pró e contra o primeiro-ministro.
MSB/dpa/afp