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Volkswagen considera fechar fábricas e demitir na Alemanha

3 de setembro de 2024

Empresa automobilística alemã afirma que não pode descartar fechamentos e demissões em meio a desafios na economia e transição difícil para carros elétricos; representantes dos trabalhadores prometem lutar contra.

Logo da Volkswagen, com formato de W, em cima de prédio
Volkswagen cogita pela primeira vez fechar fábricas e demitir funcionários na Alemanha, seu país de origemFoto: Sina Schuldt/dpa/picture alliance

A Volkswagen, gigante automobilística alemã, considera fechar fábricas na Alemanha pela primeira vez em 87 anos de história.

A montadora informou nesta segunda-feira (02/09) ao conselho que representa os funcionários que estuda fechar pelo menos uma fábrica de veículos maiores e uma fábrica de componentes, com o objetivo de cortar bilhões em gastos.

O CEO da empresa, Oliver Blume, justificou que "a indústria automobilística europeia encontra-se atualmente em uma posição desafiadora e séria", e que não pode descartar o fechamento de unidades e demissões.

"O ambiente econômico piorou e novos concorrentes estão se aproximando da Europa. A Alemanha está ficando para trás como um local competitivo. Como empresa, temos que agir."

Parte da dificuldade da empresa, assim como de outras montadoras tradicionais, está em transicionar dos modelos de carro movidos a combustíveis fósseis – lucrativos porém poluentes – para veículos elétricos, mais limpos, porém ainda menos lucrativos. 

As montadoras europeias e norte-americanas também estão sob crescente pressão de fabricantes chineses de veículos elétricos, que têm custos mais baixos e margens de lucro mais altas.

Plano de economia

A marca principal da empresa anunciou em 2023 que precisava fazer cortes da ordem de 10 bilhões de euros (cerca de R$ 62 bilhões) em custos de produção.

A diretoria da empresa alega que a estratégia atual de oferecer contratos reduzidos e pacotes de indenização aos funcionários que estão prestes a se aposentar não era mais suficiente para atingir as metas da empresa e anunciou que estava encerrando um programa de segurança no emprego que estava em vigor desde 1994.

Oliver Blume afirmou que pretende cortar 4 bilhões de euros (R$ 24,9 bilhões) a mais do que o planejado originalmente em um amplo plano de economia.

Sindicatos e representantes de funcionários prometem agir contra os planos da empresaFoto: Michael Sheehan/dpa/picture alliance

Sindicatos criticam proposta de corte de empregos

Enquanto isso, a presidente do conselho dos trabalhadores, Daniela Cavallo, prometeu resistir aos planos, que ela classificou como "um ataque ao nosso emprego, às nossas fábricas e aos nossos contratos".

Citada pela agência de notícias alemã DPA, ela disse: "O próprio futuro da [marca] Volkswagen, o coração da empresa, está em questão, e nós resistiremos amargamente. Comigo não haverá planos de fechamento na Volkswagen!"

O sindicato IG Metall classificou o anúncio como uma decisão irresponsável que "abala os alicerces" da empresa, que é a maior empregadora industrial da Alemanha e a maior montadora da Europa em termos de receita.

Mas o líder da marca Volkswagen, Thomas Schäfer, disse: "O vento contrário ficou mais forte. Portanto, temos que nos esforçar ainda mais para criar as condições para o sucesso em longo prazo."

A Volkswagen emprega cerca de 300 mil pessoas na Alemanha — pouco menos da metade do total em todo o mundo.

sf (DPA, Reuters, ots)

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