Voo do 14 Bis no Maracanã reacende polêmica com americanos
6 de agosto de 2016
Réplica da invenção de Santos Dumont gera debate entre usuários do Brasil e dos EUA nas redes sociais. Afinal, quem é o pai da aviação: o brasileiro ou os americanos irmãos Wright?
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Se você perguntar a qualquer americano sobre quem inventou o avião, a resposta é categórica: os irmãos Wright. A certeza é tanta que eles se indignaram na internet com um dos destaques da abertura dos Jogos Olímpicos nesta sexta-feira (05/08), o sobrevoo de uma réplica do 14 Bis, pilotada por um ator no papel de Santos sobre o Maracanã.
"Então o Brasil pensa que inventou o avião? Os irmãos Wright estão olhando para baixo e rindo neste momento", postou no Twitter o goleiro americano Trevor Spangenberg.
Em 1906, Dumont, que já havia criado balões dirigíveis, sobrevoou com o 14 Bis o Campo de Bagatelle, em Paris, entrando para a história como o primeiro a decolar a bordo de um avião.
Os irmãos Orville and Wilbur Wright, no entanto, argumentaram mais tarde que foram eles quem fizeram o primeiro voo da história, três anos antes, na cidade de Kitty Hawk, na Carolina do Norte. A polêmica divide até hoje historiadores e especialistas em aviação.
"Brasileiros não perdem nenhuma oportunidade de argumentar que Santos Dumont, e não os irmãos Wright, foi o primeiro a voar. Aí vêm eles de novo", escreveu o jornalista Alexander Wolf, da revista Sports Illustrated.
Brasileiros reagiram aos tweets publicados por americanos, dizendo que os irmãos Wright usaram uma catapulta para levantar voo.
"O avião pode até ter sido criado pelos irmãos Wright, mas o voo foi Santos Dumont. Se fosse para andar no chão, eu pegava ônibus", ironizou um brasileiro no Twitter.
"Os irmãos Wright usaram uma catapulta para ajudar o avião a sair do chão e não tiveram testemunhas. O avião de Santos Dumont não precisou de um dispositivo auxiliar", reconheceu um americano.
As melhores imagens da abertura das Olimpíadas
Cerimônia no estádio do Maracanã impressionou o mundo e deixou mensagem de superação, apesar de clima de pessimismo sobre os Jogos Olímpicos no Rio.
Foto: picture-alliance/dpa/Z. Czegledi
Show de luzes
Luzes de celulares tomaram conta das arquibancadas do estádio do Maracanã no início da cerimônia de abertura dos Jogos no Rio. O evento começou com o Hino Nacional, tocado no violão por Paulinho da Viola.
Foto: picture alliance/dpa/A. Lacerda
História e dança
Dançarinos contaram com elásticos e projeções de luz a história do Brasil, dos indígenas na época do descobrimento do Brasil até a imigração de italianos e japoneses ao país. Uma performance impressionante, de acordo com a imprensa internacional. Ideia dos organizadores foi transmitir o "espírito da gambiarra": mesmo com pouco, é possível fazer coisas grandiosas.
Foto: Getty Images/AFP/F. Coffrini
Coreografias impressionantes
Ao som do clássico "Construção", de Chico Buarque, bailarinos encenaram coreografias entre estruturas móveis de prédios. A apresentação destacou a urbanização do Brasil contemporâneo.
Foto: Reuters/K. Pfaffenbach
Dumont ou Wright?
O sobrevoo de uma réplica do 14 Bis pilotado por um ator interpretando Santos Dumont no Maracanã gerou polêmica nas redes sociais. Brasileiros e americanos entraram numa disputa sobre quem inventou o avião: Dumont ou os irmãos Wright?
Foto: Reuters/D. Sagolj
Gisele
A modelo Gisele Bündchen desfilou no Maracanã ao som de "Garota de Ipanema", tocada por Daniel Jobim, neto do maestro. Por onde passava, Gisele desenhava curvas que formavam obras do arquiteto Oscar Niemeyer, como a Igreja da Pampulha e a Catedral de Brasília.
Foto: Reuters/I. Alvarado
Defesa da sustentabilidade
Um dos principais temas da cerimônia foi o aquecimento global. Um menino fez uma encenação com a muda de uma árvore, enquanto as atrizes Judi Dench e Fernanda Montenegro recitavam o poema "A Flor e a Náusea", de Carlos Drummond de Andrade. Ao longo da apresentação, atletas plantaram sementes, que serão levadas ao Parque Radical de Deodoro.
Foto: Getty Images/J. Squire
Equipe dos refugiados
A primeira equipe de refugiados dos Jogos Olímpicos foi recebida com aplausos e entusiasmo pelo público. Entre os atletas, está a nadadora síria Yusra Mardini, que vive em Berlim.
Foto: Reuters/K. Pfaffenbach
Muito samba
Caetano Veloso, Gilberto Gil e Anitta cantaram acompanhados de baterias de várias escolas de samba. O Maracanã virou Sambódromo, com fantasias, porta-bandeiras, passistas e muita gente sambando no palco e nas arquibancadas.
Foto: picture-alliance/dpa/S. Ilnitsky
Entrada triunfal
A delegação brasileira foi guiada pela transexual Lea T, que pedalava uma bicicleta. Os atletas desfilaram em um Maracanã iluminado de verde e amarelo, ao som de "Aquarela do Brasil".
Foto: Reuters/S. Nenov
Vaias para Temer
O presidente interino, Michel Temer, não foi anunciado ao lado do presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, no início da cerimônia. Ele declarou a abertura oficial dos Jogos Olímpicos em meio a muitas vaias e poucos aplausos.
Foto: picture alliance/dpa/AP Photo/M. Schreiber
Chama acesa
A Tocha Olímpica chegou ao Maracanã conduzida pelo tenista Gustavo Kuerten. A chama foi, então, passada pela jogadora de basquete Hortência ao maratonista Vanderlei Cordeiro de Lima, que foi prejudicado por um manifestante enquanto liderava uma maratona na Olimpíada de Atenas, em 2004. A homenagem ao atleta, que acendeu a pira olímpica, foi um dos pontos altos da cerimônia.