Sistema de saúde dos EUA
21 de março de 2010A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos se prepara neste domingo (21/03) para a votação disputada de uma ampla reforma do sistema de saúde. Os líderes do Partido Democrata preveem vitória no que é considerada a maior prioridade da política interna do presidente Barack Obama.
Após um turbulento dia de reuniões a portas fechadas, negociações nos bastidores da Câmara e uma visita de Obama ao Capitólio, os líderes democratas se mostraram confiantes de conseguirem os 216 votos necessários à aprovação da lei de reformas no sistema de saúde."Achamos que temos os votos necessários", afirmou o líder democrata na Câmara, Steny Hoyer.
"Está nas suas mãos"
Obama foi ao Capitólio pedir apoio aos correligionários que ainda estão céticos quanto ao projeto e clamou os democratas a "se erguerem" e levar adiante a votação que, reconhece, será difícil.
"Está em suas mãos!", disse. "É hora de aprovar a reforma do sistema de saúde. Vamos levar esse assunto ao fim!", pediu. "Este é um daqueles momentos em que podem dizer a si mesmos: 'Bolas, é exatamente para isto que estou aqui'", ressaltou o presidente.
A votação encerra uma batalha política de nove meses sobre a reforma que pode levar às maiores mudanças no sistema de saúde estadunidense desde a criação, em 1995, do programa Medicare, administrado pelo governo.
Cobertura para 32 milhões de cidadãos
A reforma tem como principais metas expandir o benefício de um plano de saúde a 32 milhões de americanos que não têm cobertura, e proibir atuais práticas das seguradoras, como a de recusar cobertura aos que já portam doenças.
O projeto é a meta mais importante da política interna do presidente dos EUA. Como ele mesmo ressaltou diversas vezes, Obama considera a reforma do sistema de saúde meta mais importante que sua reeleição em 2012.
Líderes democratas se mostraram confiantes em uma vitória no Congresso. Até o último momento, houve conversas de bastidores para conseguir os votos suficientes para a aprovação das reformas.
Obama enfrenta resistência no próprio partido
O Partido Democrata é maioria na Câmara dos Representantes e no Senado. Entretanto, a proposta de Obama enfrenta resistência entre seus correligionários.
Para aprovação, são necessários 216 votos na Casa dos Representantes. Entretanto, alguns democratas acham a reforma arrojada demais, outros, não suficientemente corajosa. O Partido Republicano desaprova o projeto, alegando, entre outras coisas, ser oneroso demais para os caixas públicos.
Caso seja aprovado com modificações, o projeto de lei terá que retornar no Senado, onde já havia sido aprovado. Lá, a votação promete ser menos dramática, já que uma maioria pró-reforma é tida como garantida na casa. Mesmo assim, não deve haver uma decisão rápida dos senadores, já que os republicanos querem sugerir uma série de modificações e emendas, além de protelar a decisão o máximo possível.
MD/rtr/dpa
Revisão: Augusto Valente