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Votos antecipados nos EUA são recorde, superando 90 milhões

31 de outubro de 2020

Cifra equivale a cerca de 65% do total de 2016. Obama divide palco com Biden pela primeira vez na campanha. Trump diz que Alemanha não quer sua reeleição.

Donald Trump e Joe Biden
Trump e Biden fizeram comícios nos "swing states" de Pensilvânia e Michigan neste sábado

Um número recorde de 90 milhões de americanos votou antecipadamente na eleição presidencial dos EUA, mostram dados divulgados neste sábado (31/10), enquanto o presidente americano, Donald Trump, e seu rival democrata, Joe Biden, fazem campanha percorrendo o país para tentar influenciar os poucos eleitores indecisos que restam.

O elevado número de votos antecipados, cerca de 65% do total de comparecimento em 2016, reflete o grande interesse na votação deste ano, faltando três dias para o fim da campanha.

Preocupações sobre a exposição ao coronavírus na movimentada eleição nos locais de votação na próxima terça-feira, dia oficial do pleito, também foram responsável pelo aumento do número de pessoas votando pelo correio ou em locais de votação antecipada.

O republicano Trump passou os últimos dias de sua campanha pela reeleição criticando funcionários públicos e médicos profissionais que estão tentando combater a pandemia do coronavírus. Na sexta-feira, ele afirmou que médicos americanos lucram ao inflar os números de mortes por covid-19. "Nossos médicos ganham mais dinheiro se alguém morre de covid", acusou.

As pesquisas de opinião mostram que Trump está atrás do ex-vice-presidente Biden nacionalmente, mas com disputa mais acirrada na maioria dos chamados swing states, estados que oscilam entre democratas e republicanos, e que decidirão a eleição. Os eleitores dizem que o coronavírus é sua principal preocupação.

Acusações de fraude eleitoral

Trump afirmou repetidamente, sem evidências, que votações pelo correio são suscetíveis a fraude e, mais recentemente, argumentou que apenas os resultados disponíveis na noite da eleição deveriam contar.

"Não me importa o quanto Donald Trump tente. Não há nada – deixe-me dizer de novo – não há nada que ele possa fazer para impedir o povo desta nação de votar em números esmagadores e resgatar essa democracia", disse Biden em um comício drive-in em Flint, Michigan, neste sábado, quando se uniu ao ex-presidente Barack Obama no primeiro evento em que os dois dividiram o mesmo palco nesta campanha.

Em um pequeno comício em Newtown, Pensilvânia, Trump zombou de seu oponente por suas críticas à gestão de seu governo da pandemia de covid-19, que já matou mais pessoas nos Estados Unidos do que em qualquer outro país. "Eu assisti Joe Biden falar ontem. Tudo o que ele fala é covid, covid, covid. Ele não tem mais nada a dizer", acusou Trump diante da multidão, na qual alguns não usavam máscaras.

Ele disse que os Estados Unidos estavam "a apenas algumas semanas" da distribuição maciça de uma vacina segura contra a covid-19, doença que está desafiando a capacidade dos hospitais e matando até mil pessoas por dia nos Estados Unidos.

Estimativa liga comícios de Trump a contágios

Economistas da Universidade de Stanford divulgaram neste sábado uma estimativa segundo a qual os comícios de Trump realizados de junho a setembro levaram a mais de 30 mil infecções adicionais por covid-19 e possivelmente causaram até 700 mortes. O estudo foi baseado em um modelo estatístico e não em investigações reais de casos de coronavírus. O documento, que não tem especialistas em doenças entre seus autores, não foi revisado por pares.

Neste sábado, Trump focou sua campanha na Pensilvânia, com um total de quatro comícios planejados. "Se vencermos na Pensilvânia, acabou", disse Trump durante seu segundo comício do dia, na cidade de Reading. Nele, o governante chegou a dizer que a Alemanha está entre os países que não desejam sua reeleição. "China quer que eu saia, Irã quer que eu saia, Alemanha quer que eu saia", afirmou diante de seus simpatizantes.


MD/rtr/dpa

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