Lava parece fluir para longe de Grindavik, cujos moradores foram previamente retirados em novembro, após vários terremotos indicarem erupção iminente.
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Um vulcão entrou em erupção na noite desta segunda-feira (18/12) na península de Reykjanes, no sudoeste da Islândia, expelindo lava a mais de cem metros de altura e colocando as autoridades locais em alerta.
A lava parecia fluir para longe da única cidade da região, Grindavik, oferecendo esperança de que ela seria poupada, disseram geólogos e autoridades de resgate nesta terça-feira.
Futurando - Edição de 25/09/2023
22:48
O operador aeroportuário islandês Isavia afirmou não haver qualquer perturbação nas chegadas ou partidas no aeroporto de Keflavik, o principal do país e que fica perto de Grindavik.
A erupção ao sul da capital, Reykjavik, ocorre numa área onde a atividade sísmica foi muito intensa em novembro, adiantou o serviço de meteorologia islandês.
Em 11 de novembro, os habitantes de Grindavik, uma pitoresca cidade pesqueira de 3.400 habitantes, foram retirados por precaução após as centenas de terremotos causados pelo movimento de magma sob a crosta terrestre, precursor de uma erupção vulcânica. Desde então, esses islandeses só podem visitar suas casas em determinados horários do dia.
Os residentes de Grindavik expressaram preocupação ao observarem as chamas cor de laranja subirem diante do céu escuro. Um mês após a retirada, muitos ainda vivem em alojamentos temporários e não esperam poder voltar a viver nas suas casas.
Estabilização
Nesta terça-feira, a erupção vulcânica dava sinais de estar se estabilizando. O Instituto Meteorológico Islandês afirmou que a força da erupção, "que começou há cerca de quatro horas", parecia estar diminuindo, o que não seria uma indicação sobre a duração, mas de que a erupção está se estabilizando.
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O instituto observou que uma tendência semelhante foi observada no início de erupções anteriores na Península de Reykjanes.
Mesmo assim, cientistas disseram não ser possível saber quanto tempo a erupção ainda vai durar.
Islândia: o país dos vulcões
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País de fogo e gelo
Essa península ao sul de Reykjavik foi poupada de erupções durante oito séculos, até março de 2021. Desde então já ocorreram duas, em agosto de 2022 e em julho de 2023, um sinal, para os vulcanologistas, de retomada da atividade vulcânica na região.
A erupção mais significativa dos últimos anos na Islândia aconteceu em 2010, quando o vulcão Eyjafjallajokull lançou enormes nuvens de cinza que, durante dias, afetaram o ar e os voos em toda a Europa.
Trinta e dois sistemas vulcânicos são considerados ativos neste país de fogo e gelo, a região mais vulcânica da Europa.
as/bl (Lusa/AP/Reuters)
Islândia: à espera da erupção
Região no entorno da cidade portuária de Grindavik é evacuada em meio à expectativa de uma erupção vulcânica no país nórdico insular. Um túnel de 15 km de magma abre caminho rumo ao Atlântico.
Foto: Brynjar Gunnarsson/AP/picture alliance
Rachaduras pela cidade
Vapor emerge de uma fenda aberta no meio da rua em Grindavik, no sul da Islândia, após tremores. Há dias a terra chacoalha, danificando tubulações de água e vias. Sob as rachaduras, que continuam a se deslocar no sentido oeste, um túnel de magma de 15 km de extensão abre caminho rumo ao Atlântico.
Foto: Brynjar Gunnarsson/AP/picture alliance
Sinais sísmicos
Uma equipe de geólogos da Universidade da Islândia monitora a situação por sismógrafos recém-instalados. Após mais de 1.400 terremotos nas últimas 48h na região de Grindavik, especialistas alertam para a alta probabilidade de uma erupção vulcânica nos próximos dias. Erupções na Islândia têm sido frequentes nos últimos anos – a última vez foi em julho de 2023, na montanha Litli-Hrútur.
Foto: Raul Moreno/Zumapress/picture alliance
Lagoa azul fechada
Diante de uma série de terremotos e da iminência de uma erupção vulcânica, o banho geotermal Bláa Lónið ("Lagoa Azul", em tradução livre), uma das atrações turísticas mais famosas do país, teve que ser fechado.
Foto: Blue Lagoon Iceland/dpa/picture alliance
Moradores levam junto o que for possível
Um morador de Grindavik enche o porta-malas após autoridades permitirem breve retorno à região antes de voltarem a evacuá-la. Não se sabe quando a erupção ocorrerá. "Pode acontecer nas próximas horas, ou em poucos dias. No momento, a incerteza é grande", afirmou em uma rádio islandesa o pesquisador Porvaldur Póroarso.
Foto: Brynjar Gunnarsson/AP/picture alliance
Deixando a zona de risco
Na estrada, só há uma direção: para fora de Grindavik. Geólogos temem que a erupção possa ser pior do que a da Ilha Heimaey em 1973, quando uma fissura de 3 km de extensão na terra expeliu 100 m³ de lava por segundo. "Uma erupção em Grindavik seria uma catástrofe", declarou a uma rádio islandesa o geólogo Ármann Höskuldsson.
Foto: Brynjar Gunnarsson/AP/picture alliance
Segurança em primeiro lugar
Um funcionário do serviço de resgate observa a situação na estrada. Pesquisadores suspeitam que o túnel de magma possa irromper no Atlântico. A erupção seria, nesse caso, uma ejeção – o tipo mais violento de erupção, em que sobretudo rochas e cinzas são lançadas no ar, com a formação de uma grande nuvem de fumaça que poderia se deslocar até a Europa.
Foto: Brynjar Gunnarsson/AP/picture alliance
À beira da erupção?
No domingo (12/11), surgiram fissuras no solo em Grindavik e região. Geólogos acreditam que elas sinalizam o caminho percorrido pelo túnel de magma. À noite, o número de terremotos diminuiu gradualmente – um indício de que o "rio de fogo" pode estar mais perto da superfície.
Foto: RUV/RAGNAR VISAGE/ REUTERS
Volta para casa é incerta
Avisos rabiscados à mão e afixados em um imóvel em Grindavik sinalizam que a propriedade foi evacuada. Alguns poucos moradores foram autorizados a voltar por algumas horas para recolher pertences, somente para serem retirados momentos depois diante de novos alertas. Autoridades começaram a construir muros de contenção no sudoeste do país.