Wada libera laboratório de doping da Olimpíada do Rio
21 de julho de 2016
Agência Mundial Antidoping cancela suspensão imposta em junho ao Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem, considerado um dos legados da Rio 2016. Centro é o único do país credenciado pela Wada.
Anúncio
A Agência Mundial Antidoping (Wada) informou nesta quarta-feira (20/07) que decidiu cancelar a suspensão provisória ao Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem (LBCD) há quase um mês. A decisão, tomada a duas semanas do início dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, tem efeito imediato.
"A Wada está muito contente em anunciar que a acreditação do laboratório do Rio foi restabelecida", disse Olivier Niggli, diretor-geral da agência, em comunicado. "Todas as partes trabalharam cuidadosamente para resolver o problema identificado, para que o laboratório pudesse funcionar de forma otimizada para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio, com início em 5 de agosto."
O Ministério do Esporte comemorou a decisão, afirmando que ela reforça a confiança no trabalho desempenhado pelo laboratório, que já fez mais de 2,5 mil testes desde a inauguração.
A acreditação do LBCD foi suspensa em 24 de junho por violação das normas internacionais para laboratórios. Na ocasião, porém, a Wada não deu mais detalhes sobre as regras descumpridas.
Sem a acreditação da Wada, o laboratório brasileiro ficou proibido de analisar amostras de sangue e urina em exames antidoping de atletas durante quase um mês.
Localizado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o LBCD é o único laboratório do Brasil certificado pela agência internacional – responsável por garantir que os laboratórios de controle de dopagem ao redor do mundo mantenham um padrão de qualidade.
Os trabalhos do Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem foram suspensos pela primeira vez em 2013, depois de falhas em testes cegos durante uma avaliação de rotina. Em maio de 2015, voltou a receber o aval da Wada, após construção de uma nova sede dentro da UFRJ.
Em maio, deu-se início oficial às operações para a Rio 2016. A previsão, na época, era de que 5 mil amostras sejam coletadas durante os Jogos Olímpicos e 1,2 mil durante os Paralímpicos, funcionando 24 horas por dia e sete dias por semana neste período de Jogos.
Segundo a UFRJ, o preparo logístico para as competições seguiu sem alterações nas últimas semanas. "Está garantida a recepção de 89 colaboradores internacionais. Em agosto, cerca de 300 profissionais trabalharão em três turnos, para garantir resultados em até 24 horas", disse a universidade em nota.
EK/abr/rtr/ots
Desculpas curiosas para o doping
Seja a sogra, o irmão gêmeo não nascido ou a pasta de dente: esportistas que se dopam procuram, geralmente, pôr a culpa nos outros ou contam as histórias mais miraculosas. Aqui uma seleção de explicações curiosas.
Foto: picture-alliance/dpa/L. Coch
Lista negligenciada
"Tomo este medicamento desde 2006", disse a tenista Maria Sharapova, sem explicar por que ela, uma atleta saudável, precisa de um remédio cardiovascular. Desde o início de 2016, o meldonium, usado pela tenista, está na lista de doping. A explicação da atleta: "Eu não vi a lista."
Foto: picture-alliance/dpa/M.Murat
O abacate
Com 39 anos, Linford Christie (2° da esq. para dir.) já estava no outono de sua carreira, quando foi pego num exame antidoping em 1999. O agente dopante nandrolona foi encontrado no organismo do campeão olímpico de 1992. A explicação dele é interessante: ele não tomou o esteroide, mas comeu abacates. Somente Christie sabe o que essas frutas têm a ver com a nandrolona.
Foto: picture-alliance/Sven Simon
A dieta
Um fato inédito na Espanha: um esquiador de cross-country ganhou três medalhas de ouro para os ibéricos nos Jogos Olímpicos de Inverno de 2002. Johann Mühlegg se juntou à equipe espanhola após um desentendimento com a federação alemã. Ele foi pego devido ao hormônio EPO. Sua explicação: "Nos últimos cinco dias, fiz uma dieta especial, somente com proteínas e carboidratos". Ou seja, sem EPO.
Foto: Zoom Agence/Getty Images
O uísque
Inicialmente como auxiliar precioso à sombra de Lance Armstrong (dir.), o ciclista Floyd Landis (esq.) se tornou, de repente, vencedor da Volta da França após a saída de Armstrong: em 2006, Landis foi testado positivamente para testosterona. Após um colapso total, ele retornou de forma espetacular. Na ocasião, o ciclista disse que havia tomado muito uísque, mas depois admitiu o doping.
Foto: picture-alliance/dpa
A potência
Adrian Mutu só tinha boas intenções. Em 2004, o então atacante do Chelsea consumiu cocaína, mas naturalmente não para aumentar a sua perfomance em campo, mas para satisfazer o parceiro. "Só fiz isso para elevar minha potência sexual". A Corte Arbitral do Esporte (CAS) reagiu com indiferença às histórias de cama de Mutu e lhe condenou a multa de 17,2 milhões de euros.
Foto: picture-alliance/dpa
O suco
Numa coletiva de imprensa convocada às pressas, Martina Hingis anunciou a sua despedida do tênis em 2007, devido a dores nas costas e a um teste positivo. No campeonato de Wimbledon, ela foi pega por cocaína. Doping? Não, Hingis viu uma conspiração em curso. "Alguém a colocou no meu suco."
Foto: Getty Images/Michael Dodge
O espaguete
O atleta de bobsled britânico Lenny Paul foi pego em 1997 com um nível elevado de nandrolona – um clássico entre as substâncias dopantes. A sua desculpa para o teste positivo foi menos habitual: "eu comi espaguete à bolonhesa, a carne era de bovinos tratados com hormônios". Também o ciclista Alberto Contador usou o bife contaminado para explicar o seu caso.
Foto: Getty Images/P.Rondeau
A bombinha de asma
A ciclista Ivonne Kraft foi testada positivamente em 2007. A substância encontrada: fenoterol. Kraft a teria supostamente inalado: "A bombinha de asma da minha mãe estourou. Estava do lado e respirei toda a nuvem de spray." Uma coincidência muito infeliz.
Foto: picture-alliance/dpa/S.Simon
A sogra
Quase como do nada, Raimundas Rumsas subiu ao pódio da Volta da França. Enquanto os especialistas se mostravam surpresos, Edita, esposa de Rumsas, era pega na alfândega com diversas substâncias dopantes. O casal Rumsas afirmou que os medicamentos seriam para a sogra enferma do profissional do ciclismo.
Foto: picture-alliance/dpa/Repro
O romance
O ciclista Mario de Clercq era considerado, em 2003, um dos melhores na sua profissão. Então, foram encontrados com ele registros sobre medicamentos, planos de treinamento e tabelas de hematócrito (quantidade de hemácias no sangue). De Clercq negou veementemente o doping, alegando que tudo seria usado nas pesquisas para o romance que estaria escrevendo.
Foto: picture-alliance/dpa/Y.Boucau
A pasta de dente
Uma das histórias de doping mais contadas foi a do atleta alemão Dieter Baumann. O campeão olímpico de 1992 foi testado positivamente em 1999 e tentou vender a versão de uma pasta de dente manipulada. O renomado especialista em doping Werner Franke considera a ousada teoria como digna de credibilidade. Mas os dois ainda continuam devendo as devidas provas.
Foto: picture-alliance/dpa
O irmão gêmeo não nascido
Nos Jogos Olímpicos de 2004, o ciclista Tyler Hamilton conseguiu sua maior proeza: medalha de ouro na corrida contra o relógio. Então veio o choque: teste positivo para doping sanguíneo. "As hemácias estranhas no meu corpo foram produzidas pelas células estaminais do meu irmão gêmeo que morreu antes de nascer." Uma história fantástica, que posteriormente o próprio Hamilton afirmou ser mentira.
Foto: picture alliance / dpa
O presente sexual
Em maio de 1992, o velocista americano Dennis Mitchell (dir.) ganhou a medalha de ouro por equipe. Seis anos mais tarde, ele foi testado positivamente para testosterona. O atleta justificou o achado com quatro garrafas de cerveja e muito sexo. "Era o aniversário da garota. Ela merecia algo especial."
Foto: picture-alliance/dpa/S.Simon
Bombons e chá
Cuidado com as guloseimas provenientes de familiares: em 2004, o ciclista italiano Gilberto Simoni foi pego por cocaína. Segundo ele, isso não tinha nada a ver com doping. "Minha mãe me enviou bombons do Peru que estavam embrulhados em folha de coca." Numa outra declaração, ele colocou a culpa no chá da tia.