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Ficção

1 de fevereiro de 2008

Com a publicação prévia de seu novo romance 'Ein liebender Mann' (Um homem amante), escritor Martin Walser faz as pazes com o diário 'FAZ', seis anos após escândalo motivado por acusações de anti-semitismo.

Martin WalserFoto: PA/dpa
O novo romance do escritor alemão Martin Walser, intitulado Ein liebender Mann (Um homem amante), vai ser publicado em episódios no diário Frankfurter Allgemeine Zeitung (FAZ), antes do lançamento do livro pela editora Rowohlt. A notícia, divulgada pelo próprio autor, causou surpresa à opinião pública alemã, diante da gravidade do conflito que o escritor tivera com o jornal seis anos atrás.
Marcel Reich-RanickiFoto: picture-alliance / dpa
Em 2002, o editor-chefe do FAZ, Frank Schirrmacher, havia rejeitado a publicação prévia do romance Tod eines Kritikers (Morte de um Crítico), alegando que Walser teria praticado um jogo com "clichês anti-semitas" em sua obra. Por isso, não se contava com uma reaproximação de ambos. Amor não correspondido aos 80 anos No romance que chega dia 7 de março às livrarias, Walser explora a convicção de que só no amor uma pessoa se revela em seu extremo êxtase e com todos seus abismos. Em Ein liebender Mann, o autor aborda a paixão do velho Goethe, aos 80 anos, pela jovem de 19 anos Ulrike von Levetzow, durante uma estada na estação de águas Marienbad, em 1823. O grande escritor, conhecido por suas conquistas amorosas, fracassa desta vez, ficando sozinho e desolado. A publicação prévia da obra em episódios, pelo FAZ, deverá começar em meados de fevereiro. No final do mesmo mês, o autor pretende fazer a primeira leitura pública do livro em Weimar, cidade em que Goethe passou grande parte de sua vida e onde faleceu. Com o consentimento do autor, a editora Rowohlt ofereceu o romance ao FAZ para publicação prévia, e o editor Schirrmacher aceitou. Walser declarou não ter esquecido o conflito em torno de Tod eines Kritikers: "Sei o que aconteceu e tenho tudo na memória". Mais uma chance ao crítico morto No entanto, diante de suas múltiplas experiências com a crítica, ele chegou à conclusão de que o crítico não tem necessariamente que voltar atrás em seu julgamento sobre um livro. "Basta ele ser extremamente justo com um outro livro, na mesma medida em que foi extremamente injusto com o anterior." Tod eines Kritikers foi um escândalo na época, mesmo antes do seu lançamento. Na obra, Walser faz a caricatura do crítico Marcel Reich-Ranicki, conhecido pelo julgamento ferino das obras literárias que resenhava para o FAZ ou em seu programa literário de TV Literarisches Quartett (Quarteto Literário). O crítico, então redator-chefe do suplemento cultural do FAZ, condenou a "qualidade sofrível" do livro e fez graves ataques pessoais a Walser. O autor, no entanto, sempre negou as acusações de anti-semitismo e nunca deixou de enfatizar que o livro se restringe a uma paródia do ambiente literário na Alemanha. (sm)
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