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Wassef diz que abrigou Queiroz porque queriam assassiná-lo

26 de junho de 2020

Advogado afirma que obteve informações sobre plano para matar o ex-assessor de Flávio Bolsonaro e incriminar a família do presidente. Ele alega que cedeu sua casa em Atibaia por conta própria, em "gesto humanitário".

Fabrício Queiroz, de máscara e boné, acompanhado por policiais
Fabrício Queiroz após prisão em casa de Wassef em AtibaiaFoto: Imago Images/Agencia EFE

Em entrevista à revista Veja publicada nesta sexta-feira (26/06), o advogado Frederick Wassef afirmou ter abrigado Fabrício Queiroz em sua propriedade em Atibaia porque tinha informações de que havia um plano para matá-lo e responsabilizar a família Bolsonaro pelo crime. Ele, entretanto, não apresentou prova da acusação.

Wassef, que em entrevistas anteriores chegou a alegar não saber do paradeiro de Queiroz, ressaltou na entrevista que nem o presidente Jair Bolsonaro nem o senador Flávio Bolsonaro tinham conhecimento de que Queiroz estava em sua casa no interior de São Paulo, onde foipreso no último dia 18.

Ex-assessor de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Queiroz é considerado peça fundamental no caso das "rachadinhas". Ele é suspeito dos crimes de ocultação de peculato, ocultação de patrimônio, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

"Passei a ter informações de que Fabrício Queiroz seria assassinado. O que estou falando aqui é absolutamente real", disse Wassef, mudando sua versão sobre o paradeiro do ex-assessor. "Eu tinha a minha mais absoluta convicção de que ele seria executado no Rio de Janeiro."

"Além de terem chegado a mim essas informações, eu tive certeza absoluta de que quem estivesse por trás desse homicídio, dessa execução, iria colocar isso na conta da família Bolsonaro", acrescentou o criminalista. Segundo ele, o objetivo do suposto plano era incriminar a família Bolsonaro como mandante de uma "queima de arquivo para evitar uma delação".

O advogado alegou estar baseado em "informações absolutamente procedentes", sem, entretanto, explicar quais seriam. Ele relatou ter tomado a iniciativa de dar abrigo a Queiroz por conta própria, para evitar que "fizessem um inferno" na vida do presidente.

Wassef reiterou que Jair e Flávio Bolsonaro não tinham conhecimento do paradeiro de Queiroz. "Não. Eu omiti isso do presidente. Eu omiti do Flávio por motivos que me reservo ao direito de não dizer agora. O presidente da República jamais teve conhecimento da autorização para que o Fabrício, caso quisesse, pudesse estar nessas propriedades", garantiu.

Ele também disse que a prisão de Queiroz foi uma conspiração dos governadores do Rio, Wilson Witzel, e de São Paulo, João Doria, adversários políticos de Bolsonaro.

O criminalista afirmou ter dado três opções para Queiroz se hospedar: a casa em Atibaia, uma outra em São Paulo e um terceiro imóvel no litoral paulista, justificando o auxílio como um "gesto humanitário", por estar sensibilizado com a situação do ex-assessor de Flávio, que se submetia a um tratamento contra câncer.

Wassef defendia Flávio no caso do suposto esquema de "rachadinha" que teria funcionado no gabinete do político na Alerj, quando ele era deputado estadual. No domingo passado, Flávio anunciou, em sua conta no Twitter, que Wassef não era mais seu advogado de defesa.

MD/ots

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