Inauguração do novo Museu da Bauhaus é um dos pontos altos das comemorações do centenário da escola que marcou a arquitetura e o design do século 20. Ela foi aberta em abril de 1919 na cidade do leste alemão.
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Com um fim de semana de celebrações, Weimar comemora o centenário da Bauhaus, a escola de artes e design que marcou como nenhuma outra a produção industrial, artística e arquitetônica do século 20, localizada originalmente na cidade do leste alemão.
A inauguração do novo Museu da Bauhaus, que abre as portas para o público neste sábado (06/04), é um dos pontos altos das comemorações do centenário da renomada escola de artes e design.
Por ocasião da abertura oficial do prédio, nesta quinta-feira, a ministra da Cultura da Alemanha, Moniks Grütters, afirmou que a inauguração do novo edifício representa um dos pontos altos do ano comemorativo de um dos artigos de exportação cultural de maior sucesso da Alemanha do século 20. "De vitrine do país dos poetas e pensadores, Weimar se torna vitrine do país dos poetas, pensadores e projetistas", completou a ministra.
Fundada no início de abril de 1919 em Weimar, pelo arquiteto Walter Gropius, a Bauhaus mudou-se para a sua icônica sede modernista em 1925, na cidade de Dessau, devido à pressão econômica e política exercida pelos conservadores que ganhavam cada vez mais poder no sul do país e viam a nova escola como obra "bolchevista".
Em 1932, sob a direção do arquiteto Mies van der Rohe, ela mudou-se para Berlim e, em 1933, foi definitivamente fechada pelo regime nazista.
O novo museu minimalista, focado na fase inicial da escola fundada por Walter Gropius, tem o formato de um cubo, com uma "impressionante iluminação noturna", apresentando a coleção mais antiga da Bauhaus, com mais de mil objetos num espaço de 2,2 mil metros quadrados, revela a Fundação Klassik de Weimar.
Bauhaus: um século de história
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O edifício projetado pela arquiteta Heike Hanada destaca a história da Bauhaus, explorando questões relacionadas ao design nos dias de hoje e no futuro.
"No centro do nosso conceito está o objetivo de apresentar o modernismo como uma batalha de ideias concorrentes, exemplificada pelos objetos expostos [...] O surgimento da Bauhaus há 100 anos recorda-nos que também somos os projetistas do nosso mundo e devemos continuar assim", revelou Hellmut Seemann, presidente da Fundação Klassik de Weimar.
As celebrações da inauguração do novo museu da Bauhaus em Weimar se estendem durante todo o fim de semana, com concertos, recitais de leituras, projeção de filmes, teatro, música e até mesmo um "desfile da Weimar". A entrada, durante estes dois dias, é gratuita.
CA/epd/lusa/afp
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Alguns objetos da coleção do Arquivo Bauhaus, em Berlim.
Foto: Bauhaus-Archiv Berlin/Foto: M. Hawlik
Mais que uma ideia
Walter Gropius fundou a Bauhaus em 1919. Nos 14 anos que se seguiram, ela tornou-se a mais importante escola de arte, design e arquitetura. Em sua curta existência, a Bauhaus influenciou não só a própria, mas também as gerações futuras. Suas formas simples e geométricas – como neste bule, de Marianne Brandt (1924) – servem até hoje de inspiração.
A Bauhaus não se apresentava apenas através de produtos e objetos, mas também de imagens e palavras. Em 1919, Lyonel Feininger criou a capa expressionista "Kathedrale" para o primeiro manifesto da Bauhaus. A intenção era atrair a atenção do público. Uma sala do Arquivo Bauhaus, em Berlim, aborda a popularidade alcançada pelo movimento.
Foto: Bauhaus-Archiv Berlin/Foto: M. Hawlik
A arte da arquitetura
"O objetivo final de toda a atividade criativa é a construção!" – proclamou a Bauhaus. Em Dessau, ainda sob o comando do arquiteto Walter Gropius, foi criado, em 1926, o departamento de construção e arquitetura do movimento. Primeiros esboços de projetos, como este de Fakas Molnar, foram feitos ainda em Weimar, mas nunca chegaram a ser realizados.
Já em 1923, a Bauhaus despediu-se esteticamente do Expressionismo. As imagens e produtos ficaram mais objetivos em sua concepção e execução. Os objetos artísticos deveriam ser reproduzíveis industrialmente e a baixo custo. As formas geométricas facilitavam a produção.
Práticos, simples e funcionais. Assim deveriam ser os objetos para uso doméstico criados pela Bauhaus. A exposição em Berlim mostra itens como tapetes, luminárias e móveis. Esta cozinha foi criada por Marcel Breuer em 1929. Numa época em que cada vez mais mulheres ingressavam na vida profissional, móveis compactos deveriam tornar o trabalho doméstico mais prático e rápido.
Foto: Bauhaus-Archiv Berlin/Foto: Justus A. Binroth
Geometria no quarto das crianças
Os brinquedos eram vistos como objetos que compunham o ambiente. Desenvolvido por Friedrich Froebel no início do século 19, os blocos de montar de madeira foram transformados, em 1923, por Alma Buscher num navio. Ela foi responsável por projetar o quarto do bebê na Musterhaus am Horn, em Weimar.
A Bauhaus não estabeleceu apenas novas normas para tamanhos e formas, mas também se orientava por uma escala de cores própria. Ela lembra o círculo de cores que o poeta Johann Wolfgang von Goethe montou para representar a "vida mental e espiritual do ser humano". A partir de modelos preto e branco, Katja Rose criou estes coloridos para as aulas com os alunos da Bauhaus, em 1932.
Estes pequenos fantasmas foram criados por Lyonel Feininger em um cartão para Werner Jackson, que tocava na banda da Bauhaus com T.Lux, filho de Feininger.
Embora T.Lux se considerasse pintor, ele se tornou conhecido por seu trabalho como fotógrafo. Aqui, ele retrata o pintor suíço Xanti Schawinsky tocando saxofone (esq.). Gertrud Arndt, que trabalhava com tecelagem, também ficou conhecida por esta imagem de si mesma tirada com timer (dir.).
Enquanto a famosa luminária Wagenfeld foi um dos primeiros projetos da Bauhaus, a luminária Bormann (foto), de 1932, foi um dos últimos. Ela foi projetada na oficina de metal da Bauhaus em Dessau e produzida numa fábrica da cidade. Um dos seus diferenciais era o cabo que se escondia no tubo de metal e também servia como pé, além da cúpula que permitia controlar a direção da luz.
Foto: Bauhaus-Archiv Berlin/Fotostudio Bartsch
100 vezes Bauhaus
Em 1932, ainda como uma instituição privada, a Bauhaus se mudou para Berlim, antes de ser fechada completamente pelos nazistas em 1933. Hoje, o Arquivo Bauhaus, com 700 metros quadrados, se tornou pequeno para abrigar o acervo que não para de crescer.