Wellness: consciência corporal ou luxo?
17 de agosto de 2004Faz tempo que os estressados descobriram o prazer pelo próprio corpo. Wellness é a palavra mágica. Mas será que a onda de bem-estar faz realmente feliz, ou não passa de uma moda?
Fitness + well being
Seja massagem de corpo inteiro, tratamento cosmético ou o hábito de ir à sauna – cada vez mais gente procura compensar o estresse da vida urbana com wellness. Este termo, surgido há dez anos nos Estados Unidos, é uma combinação das palavras fitness e well being (estar bem).
A idéia dos pioneiros do movimento norte-americano era baixar os custos do sistema de saúde. Afinal, o estilo de vida da nossa época é considerado a causa de inúmeras doenças. O movimento surgiu para conscientizar as pessoas a cuidar da saúde. Aos poucos, a onda de wellness foi chegando na Europa e se tornando entretenimento. A motivação inicial se perdeu em parte.
Separando o joio do trigo
É justamente isso que a Associação Alemã de Wellness, fundada em 1997, pretende mudar. Trata-se de uma cooperação entre psicólogos, fisioterapeutas, nutricionistas e pessoas que não dissociam saúde de prazer. O vice-presidente da associação, Jürgen Busch, garante que o setor está em alta, mas adverte que nem tudo o que leva a marca de wellness é autêntico.
Busch critica os engodos: "Há cerca de mil hotéis de wellness na Alemanha, pelo menos no nome. De acordo com nossas pesquisas e nossos critérios de qualidade, apenas um quinto destes hotéis mereceria usar a palavra wellness". É por isso que a associação começou a fazer controle de qualidade há alguns anos. O hotel que queira ser avaliado é analisado de acordo com mil critérios e depois recebe um certificado com diferentes níveis de qualidade, ou um relatório com os pontos que precisam ser melhorados.
W azul com ponto vermelho
O certicado com o W azul e um ponto vermelho, emitido com um prazo de validade, deve garantir uma wellness autêntica. Um indício que diz muito: na cidade de Colônia e arredores, não houve nem um único hotel que tenha recebido um certificado.
Busch enumera alguns critérios de qualidade essenciais: uma concepção de tratamento que englobe todo o corpo, alimentação saudável, espaço com zonas de não-fumantes e áreas de descanso, orientação individual, entre outras coisas. Ele também lembra que wellness não significa necessariamente luxo. O bem-estar pode ser parte integrante do cotidiano de qualquer um, sem que se precise gastar muito dinheiro. Para isso é necessário, no entanto, uma política de saúde sensata e responsável.