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WikiLeaks disponibiliza material vazado da Sony Pictures

17 de abril de 2015

Mais de 170 mil emails de pessoas ligadas à produtora de cinema e 30 mil documentos podem ser acessados na internet. Sony condena medida, enquanto Julian Assange, criador do site, diz que material é de "domínio público".

Julian Assange PK in London 18.08.2014
Foto: Reuters

Os problemas da produtora cinematográfica Sony Pictures parecem estar longe do fim. Após sofrer um ataque cibernético no ano passado, atribuído pelo FBI à Coreia do Norte, centenas de milhares de emails e documentos vazados da empresa foram disponibilizados nesta quinta-feira (16/04) na página do WikiLeaks na internet.

Segundo o site, fundado pelo australiano Julian Assange, a base de dados divulgada conta com mais de 170 mil emails de mais de 2,2 mil funcionários e executivos da Sony Pictures e de uma subsidiária, além de mais de 30 mil documentos.

A empresa criticou duramente o WikiLeaks pela divulgação dos arquivos, dizendo que com a atitude o site está ajudando os hackers a disseminar informação privada roubada. "Discordamos veementemente com a alegação do WikiLeaks de que o material pertence ao domínio público", declarou a empresa por meio de um comunicado, ressaltando que o ataque cibernético foi um "ato criminoso malicioso".

Assange, no entanto, defendeu que os documentos devem estar disponíveis ao público. "Este arquivo mostra o funcionamento interno de uma corporação multinacional. Tem valor de notícia e está no centro de um conflito geopolítico. Pertence ao domínio público. O WikiLeaks vai garantir que ele permaneça lá", declarou o fundador do site, que desde 2012 está asilado na embaixada do Equador em Londres.

Em fevereiro passado, a vice-presidente da Sony Pictures Amy Pascal apresentou sua renúncia após o vazamento de emails dela. Entre o conteúdo divulgado estava uma mensagem em que Pascal comentava as preferências cinematográficas do presidente dos EUA, Barack Obama, com comentários racistas.

Filme teria motivado ataque

O ataque cibernético contra a Sony ocorreu em dezembro do ano passado, dias antes do lançamento do filme A Entrevista, uma sátira em que jornalistas são contratados pela CIA para matar o líder norte-coreano Kim Jong-un. Depois do ciberataque, a estreia do filme chegou a ser suspensa pela produtora, e grandes cadeias de cinema chegaram a desistir de passar o filme por preocupações com segurança.

As suspeitas recaíram sobre a Coreia do Norte depois que especialistas identificaram textos em língua coreana no programa usado para realizar o ataque. Um grupo autointitulado "Guardiães da Paz" assumiu a autoria do ataque, mas o serviço de inteligência americana diz que o grupo está ligado à Coreia do Norte. Pyongyang nega estar por trás dos ataques.

MSB/ap/afp

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