Wikileaks oferece U$ 100 mil por documentos sigilosos de JFK
27 de outubro de 2017
Fundador Julian Assange sugere que retenção de arquivos por agências de inteligência dos EUA visa enfraquecer Donald Trump publicamente. "Tiveram 25 anos para se preparar para a divulgação. O atraso é imperdoável".
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Depois de o governo do presidente dos EUA, Donald Trump, ter permitido a liberação de apenas parte dos arquivos sigilosos sobre o assassinato do ex-presidente americano John F. Kennedy, a organização Wikileaks ofereceu nesta quinta-feira (26/10) uma recompensa de 100 mil dólares pelos documentos retidos pelas agências de inteligência dos EUA.
"Wikileaks emite uma recompensa de 100 mil dólares pelos documentos retidos sobre JFK se eles mostrarem violações de lei, ineficiência ou erro administrativo", postou a organização conhecida por vazar documentos governamentais ou empresariais sensíveis.
O fundador do Wikileaks, o australiano Julian Assange, sugeriu que o adiamento pedido por CIA e FBI é uma medida do aparato de Washington para tentar enfraquecer publicamente o presidente Trump.
"As agências de inteligência dos EUA parecem estar determinadas a fazer com que Trump pareça fraco ao postergar a divulgação de arquivos do JFK depois que ele prometeu liberá-las", escreveu Assange em seu Twitter. "As agências tiveram literalmente 25 anos para se preparar para a divulgação programada para hoje. O atraso é imperdoável."
Em 1992, o Congresso americano decidiu que todos os documentos relacionados à investigação sobre o assassinato de Kennedy deveriam se tornar públicos até 26 de outubro de 2017.
O Arquivo Nacional dos Estados Unidos disponibilizou em seu site, para consulta, mais de 2,8 mil documentos relacionados ao assassinato de Kennedy, que ocorreu em 22 de novembro de 1963, em Dallas. Mas Trump cedeu a pressões do FBI e da CIA e bloqueou a liberação de centenas de documentos sob a alegação de "segurança nacional".
A coleção completa possui mais de 3,1 mil documentos. Para os documentos retidos ou censurados, Trump ordenou uma revisão ao longo dos próximos seis meses.
PV/ap/rtr/ots
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O atentado que matou Kennedy
Em 22 de novembro de 1963, o 35º presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy, foi morto a tiros na cidade de Dallas, Texas. Um atentado contra a visão democrática do Ocidente.
Foto: picture-alliance/dpa
Tiros no coração do Ocidente
22/11/1963, 12h31, hora local em Dallas: diante de câmeras, o presidente americano John F. Kennedy é atingido por tiros no pescoço e na cabeça. A primeira-dama, Jacqueline, encontra-se em sua companhia, além do anfitrião, o governador do Texas John Connally e sua esposa, Nellie. Também ele sofre ferimentos graves. O número e sequência dos disparos nunca foram determinados de forma conclusiva.
Foto: Getty Images/Three Lions/Hulton Archive
Um dia que mudou a História
Era uma manhã ensolarada de sexta-feira, quando o presidente e sua esposa foram recebidos no aeroporto de Dallas. Tratava-se do segundo dia da viagem de campanha eleitoral de Kennedy, candidato à reeleição, pelo conservador estado do Texas. Ele sugeriu pessoalmente que o teto da limusine fosse levantado para o seu desfile pela cidade.
Foto: picture-alliance/AP
O presidente está morto
Uma hora após seu desembarque, o 35º presidente dos Estados Unidos é atingido por disparos letais na Dealey Plaza. Seu coração ainda bate quando, poucos minutos mais tarde, ele dá entrada no Parkland Memorial Hospital. Porém, a bala que atinge a cabeça do presidente torna impossíveis todas as tentativas de salvá-lo. Aos apenas 46 anos de idade, Kennedy sucumbe aos ferimentos.
Foto: picture-alliance/Everett Collection
Retorno a Washington
Jacqueline Kennedy fica ao lado do vice-presidente Lyndon B. Johnson quando, ainda no avião presidencial Air Force One, ele é nomeado novo chefe de Estado dos EUA. O caixão com o corpo de JFK também está a bordo, sendo levado para a autópsia em Washington. Quatro dias mais tarde, Johnson institui a Comissão Warren, para esclarecer o atentado. Os resultados permanecem controversos.
Foto: picture-alliance/AP
O presumível assassino
Aparentemente, os tiros contra o presidente foram dados de uma janela no sexto andar de uma editora de livros. A arma pertencia a Lee Harvey Oswald. Menos de uma hora e meia após o atentado, ele é preso como suposto assassino do policial J. D. Tippit. Somente no decorrer do interrogatório suspeita-se que também seja responsável pela morte de Kennedy. Oswald nega ambos os homicídios.
Foto: Reuters
EUA em choque
Como único católico a ter sido eleito presidente dos Estados Unidos até então, Kennedy é sepultado no Cemitério Nacional de Arlington. Um milhão de pessoas ladeiam o último caminho daquele que se tornara símbolo de esperança para o país. A cerimônia fúnebre se torna um evento mundial de mídia.
Foto: picture-alliance/AP
A última jornada
Jackie pranteava seu marido, uma nação chorava o político que a tantos inspirara. Após a cerimônia fúnebre na Catedral de São Mateus em Washington, a viúva e os dois irmãos do homem de Estado acompanham o caixão com os restos mortais do democrata. Menos de cinco anos mais tarde, também Robert Kennedy seria vítima de um atentado.
Foto: Getty Images/Keystone
Um berlinense
Também os cidadãos da Alemanha ficaram chocados com a morte de John F. Kennedy. Sobretudo em Berlim Ocidental, ele se tornara ídolo desde a lendária declaração, em agosto de 1963, durante discurso em que expressou solidariedade com a cidade dividida: "Ich bin ein Berliner" ("Eu sou um berlinense"). Milhares assinaram livros de condolências ou depositaram flores e coroas ao pé do Muro de Berlim.
Foto: picture-alliance/akg
Fim de uma esperança
O mandato presidencial do democrata, de 1961 a 1963, coincidiu com o ápice da Guerra Fria, incluindo a construção do Muro de Berlim, a crise de Cuba e a guerra do Vietnã. O jovem e carismático JFK incorporava, para muitos, a esperança numa renovação dos Estados Unidos. Seu assassinato representou uma ruptura profunda na consciência americana.