Premiado cineasta alemão dirigirá "Os pescadores de pérolas", de Georges Bizet, na Staatsoper de Berlim. Daniel Barenboim será o regente.
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O cineasta alemão Wim Wenders, de 70 anos, vai dirigir sua primeira ópera. Conhecido por filmes como Paris, Texas, Asas do desejo e O sal da terra,ele será o responsável pela montagem de Os pescadores de pérolas, como anunciou nesta semana a Staatsoper de Berlim.
A obra foi composta pelo francês Georges Bizet, conhecido por Carmen. Quando a ópera estrear, em 24 de junho do ano que vem, o aclamado maestro argentino Daniel Barnboim – diretor-geral de música da Staatsoper – será o regente.
O diretor da Staatsoper, Jürgen Flimm, disse que Barenboim estava "flertando" há tempos com Wenders. Também o Festival de Bayreuth tentou angariar o cineasta para uma ópera durante anos.
Wenders disse ter escolhido Os pescadores de pérolas por essa ter sido a primeira ópera a que ele assistiu. Além de diretor de cinema, o alemão é um talentoso fotógrafo, já tendo realizado uma série de exposições.
O prédio da Staatsoper, na famosa avenida Unter den Linden, está em reforma há anos. Enquanto isso, espetáculos são realizados no Teatro Schiller. Nesta semana, a ópera afirmou que deve reabrir somente em outubro de 2017, ou seja, depois da estreia do espetáculo dirigido por Wenders.
LPF/dpa/dw
Os dez melhores dramas alemães
De diretores como Fritz Lang a Florian Henckel von Donnersmarck, e filmes como "A fita branca" a "O barco", a Deutsche Welle selecionou dez das principais produções cinematográficas em idioma alemão, no gênero drama.
Foto: picture-alliance/dpa/Buena Vista
#10: O jovem Törless
Em 1966 Volker Schlöndorff filmou o romance de Robert Musil "O jovem Törless". O drama sobre o jovem estudante de uma academia militar austríaca lançou o ator Mathieu Carrière ao estrelato – e consagrou o diretor como especialista em adaptações cinematográficas de obras literárias. Carrière interpreta um rapaz preso entre adolescência e moralidade, revolta e desejos secretos.
Foto: Imago/United Archives
#9: A segurança interna
Christian Petzold é hoje um dos cineastas mais prestigiados do cinema alemão. Encenados com distanciamento, seus dramas contemporâneos fascinaram o público alemão. O filme "Die innere Sicherheit" (A segurança interna), de 2000, não foi lançado no Brasil. Ele aborda o conflito entre uma adolescente de 15 anos e os pais, com um passado ligado ao terrorismo de esquerda.
Foto: Imago/United Archives/IFTN
#8: A ponte
Menos de 15 anos após a Segunda Guerra Mundial, Bernhard Wicki apresentou um excelente filme antibélico com "A ponte". A história de sete alemães de 16 anos de idade, enviados numa missão militar sem sentido pouco antes do fim do conflito mundial, continua tendo forte impacto até hoje. Entre seus méritos estão o talentoso elenco jovem e um olhar preciso e implacável sobre a realidade da guerra.
Foto: Imago/United Archives
#7: Aguirre, a cólera dos deuses
O diretor Werner Herzog e o ator Klaus Kinski formaram uma parceria legendária. Em 1972 ambos filmaram "Aguirre, a cólera dos deuses": rodado na América do Sul, ele conta a história fictícia de um obsessivo conquistador espanhol do século 16. Em 1999 Herzog lançaria seu documentário sobre Kinski, "Meu melhor inimigo" (foto de cena).
Foto: picture-alliance / dpa
#6: O barco – Inferno no mar
Dirigido por Wolfgang Petersen, "O barco – Inferno no mar", foi indicado para seis Oscars em 1983 e, mesmo não tendo levado nenhuma estatueta para casa, tornou-se um clássico. Reunindo alguns dos melhores atores alemães da época, o emocionante drama de guerra atrai o espectador para dentro do microcosmo claustrofóbico e ameaçador de um submarino nazista em 1941.
Foto: picture-alliance/dpa
#5: Metrópolis
"Metrópolis", de Fritz Lang, é um marco da história do cinema mundial. Em 1927 o inovador cineasta empregou uma enorme equipe de cenógrafos, figurinistas e aderecistas para criar seu inusitado e inconfundível visual futurista. Esse filme mudo inspirou numerosos diretores das gerações posteriores, e sua influência pode ser sentida até hoje, na Hollywood digitalizada.
Foto: Imago/EntertainmentPictures
#4: Quatro minutos
Em 2006, o diretor Chris Kraus lançou o melodrama "Quatro minutos", em que enfoca as duas personagens interpretadas por Monica Bleibtreu (dir.) e Hannah Herzsprung. A mais jovem cumpre sentença no presídio em que a outra dá aulas de piano. Um concurso musical é o catalisador da trama, ditada pelos paralelos entre os passados de duas mulheres tão distintas entre si.
Foto: picture-alliance/dpa/Piffl
#3: A fita branca
"Uma história infantil alemã" é o subtítulo original do drama dirigido pelo austríaco Michael Haneke. Rodado em preto e branco, ele oferece um panorama da sociedade europeia às vésperas da Primeira Guerra Mundial – assim como um vislumbre de catástrofes ainda por vir. "A fita branca" é considerado um triunfo do cinema europeu, tendo sido laureado com a Palma de Ouro do Festival de Cannes em 2009.
Foto: picture-alliance/dpa/Les Film du Losange
#2: Contra a parede
Poucas produções cinematográficas alemãs das últimas décadas ultrapassam em intensidade emocional "Contra a parede" (2004), de Fatih Akin. O cineasta turco-alemão conta a história de duas almas perdidas, que se encontram num hospital após as respectivas tentativas de suicídio. O casal protagonista é representado por Birol Ünel e Sibel Kekilli, ambos igualmente de origem turca.
Foto: picture alliance/dpa
#1: A vida dos outros
Ainda hoje é difícil crer que "A vida dos outros" (2006) foi o longa de estreia de Florian Henckel von Donnersmarck. Ele penetra fundo na sociedade da Alemanha Oriental da década de 1980, marcada por vigilância e desconfiança, com um impressionante Ulrich Mühe no papel principal, do oficial do Stasi encarregado de espionar seus concidadãos. Entre outros prêmios, Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.