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Wim Wenders retorna com novo filme sobre música

(ra)6 de março de 2002

O cineasta de "Asas do Desejo" e "Buena Vista Social Club" volta às telas com outro documentário, desta vez sobre o grupo BAP, que se tornou conhecido no país nos anos 80 cantando em dialeto coloniano.

Banda BAP em cena do filmeFoto: presse

Wim Wenders parece ter encontrado sua veia musical. Depois do sucesso internacional de Buena Vista Social Club, o cineasta alemão retorna com Viel passiert - Der BAP Film, um documentário sobre a banda alemã BAP, que canta no dialeto da cidade de Colônia.

Justamente por "querer finalmente entender o que eles cantam", Wenders decidiu filmar o universo da banda comandada por Wolfgang Niedecken, único membro que acompanhou o BAP desde o início. Ao que parece, o cineasta de Düsseldorf e o músico de Colônia encontraram suas semelhanças durante as filmagens. "Somos ambos músicos frustrados e temos muito o que agradecer ao rock and roll", disse Niedecken.

O filme apresenta uma colagem de impressões da cidade às margens do Reno, fotos de arquivo, matérias de jornais, entrevistas e trechos de shows ao vivo da banda, amarrados pelo comentário em off de Niedecken.

Sem tanta força -

A crítica acha, entretanto, que o BAP, ao contrário do Buena Vista Social Club, não tem tanto apelo de público, nem se desenvolveu musicalmente da mesma forma desde o lançamento de seu primeiro hit nacional, Verdamp lang her (algo como "faz tempo pra caramba"), em 1982.

Na telona, fica claro que BAP é Wolfang Niedecken. A banda, que surgiu em 1976, já mudou sua formação várias vezes, mas Niedecken nunca desistiu. A partir da influência da música anglo-americana importada após a guerra – Elvis, Beatles, Kinks, Rolling Stones e Bob Dylan – ele descobriu o gosto de compor. Daí veio a idéia de fazer música com sotaque local.

Com um pouco de ironia, Wenders considera seu novo trabalho um filme sobre a terra natal. Motivo: ele ouviu BAP pela primeira vez em fitas cassete que seu irmão lhe enviava quando ele morou na Califórnia. Naquela época, as canções de Niedecken o conquistaram, com a melancolia típica da cinza Colônia.

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