Em "Warzone", viúva de John Lennon faz releitura de 13 canções que escreveu desde 1970, incluindo "Imagine". Aos 85 anos, artista afirma que mundo necessita mais do que nunca de mensagem de paz.
Anúncio
A artista e cantora Yoko Ono anunciou nesta terça-feira (24/07) o lançamento de seu novo álbum. Aos 85 anos, a viúva de John Lennon afirmou que a mensagem de paz que levou ao longo de sua vida se faz extremamente necessária em 2018.
"O mundo está tão bagunçado. As coisas estão difíceis para todos. Estamos vivendo numa zona de guerra", afirmou a artista em comunicado.
O álbum "Warzone" será lançado em 19 de outubro e apresenta uma releitura de canções escritas por Ono desde 1970, incluindo "Imagine", composta junto com Lennon, que se tornou um hino pacifista no mundo todo.
Somente no ano passado, a artista foi reconhecida com coautora deste sucesso, depois da descoberta de uma antiga entrevista do cantor no qual ele admite que o conceito e as líricas da música vieram de um livro de Ono.
Produzido por seu filho Sean Ono Lennon, "Warzone" tem gravações e arranjos despojados que dão ênfase para a voz de Ono.
Em declaração, seus representantes afirmaram que não é tarde demais para mudar o mundo. "Precisamos mais do que nunca de Yoko", destacaram.
A cantora disse que esse não será seu último álbum e anunciou que está trabalhando em outro projeto musical.
Nascida em Tóquio e criada em Nova York, Ono se transformou numa figura em ascensão na vanguarda musical quando conheceu Lennon e se tornou sua segunda esposa. O casal famoso usou sua lua-de-mel para protestar contra Guerra do Vietnã. Após o assassinato do marido, em 1980, Ono continuou ativa no movimento pacifista e na preservação do legado do antigo integrante da banda The Beatles.
Passados 40 anos de sua morte, o mais polêmico, controverso e irreverente dos beatles ainda é lembrado por sua música e suas atitudes em defesa da paz.
Foto: picture alliance/Mary Evans Picture Library
"Hello Little Girl"
John Winston Lennon (na foto com a mãe, Julia) nasceu em 9 de outubro de 1940 em Liverpool. Sua carreira começou aos 15 anos, com The Quarrymen. No segundo show da banda, ele conheceu Paul McCartney e o chamou para entrar no grupo. Logo Lennon compôs sua primeira música, "Hello Little Girl". George Harrison, de 14 anos, se juntou aos dois, seguido de Stuart Sutcliffe. Em 1960, nasciam os Beatles.
Foto: RKA/MPI/Captital Pictures/picture-alliance
"Please Please Me"
A banda, agora com Pete Best na bateria, viajou a Hamburgo para uma temporada de shows de 48 dias. O grupo mergulhou na cultura das drogas e das ideias liberais em relação ao sexo. "Posso ter nascido em Liverpool, mas cresci em Hamburgo", disse Lennon. De volta à Inglaterra, ele compôs seu primeiro grande hit, "Please Please Me", faixa título do álbum de estreia dos Beatles, de 1963.
Foto: picture-alliance/dpa
"A Hard Day's Night"
Além de músico, Lennon também atuava. Em 1964, compôs "A Hard Day's Night", faixa-título do primeiro filme da banda, "Os reis do iê, iê, iê", que concorreu em duas categorias do Oscar. Lennon também estrelou o filme "Oh, que delícia de guerra!" (1967), de Richard Lester. Em 2009, a diretora Sam Taylor-Wood lançou o longa "O garoto de Liverpool", baseado na adolescência do músico inglês.
Foto: picture-alliance/United Archives/IFTN
"The Ballad of John and Yoko"
Lennon conheceu Cynthia Powell na faculdade, em 1957. Cinco anos mais tarde, eles se casaram e, em 1963, nasceu Julian. Tudo mudou em 1966, quando o músico conheceu a artista japonesa Yoko Ono, com quem acabou se casando em 1969. A mídia logo ficou obcecada com o novo casal. No mesmo ano, o single "The Ballad of John e Yoko" chegou ao topo das paradas do Reino Unido.
Foto: picture-alliance/AP Photo/Bob Dear
"Julia"
Lennon teve relacionamentos conturbados com as mulheres de sua vida. Admitiu publicamente ter violentado Cynthia (e), e todos sabiam que o relacionamento com Yoko era tempestuoso. A relação com a mãe, Julia, também não era fácil. Lennon foi criado por uma tia, e a música "Julia" é uma homenagem à mãe, que morreu em 1958.
Foto: AP
"Tomorrow Never Knows"
Nos anos 1960, Lennon estava fascinado por Timothy Leary, um dos pais da contracultura psicodélica e defensor dos benefícios espirituais do LSD. "Tomorrow Never Knows" foi o próprio cântico de louvor de Lennon à droga. Na canção, convidava os ouvintes a "desligar a mente, relaxar e boiar rio abaixo". Muitos acreditavam que "Lucy in the Sky with Diamonds" era um acrônimo disfarçado para LSD.
Foto: Getty Images
"Revolution 1"
Lennon nunca deixou de atacar o sistema. "Revolution 1", de 1968, se tornou um hino contra a ordem estabelecida. O artista causou polêmica mundo afora ao afirmar, em 1966, que os Beatles eram maiores que Jesus Cristo, levando discos da banda a serem queimados. Na música "God", de 1970, Lennon cantou: "Não acredito em Jesus. Não acredito nos Beatles! Só acredito em mim. Em Yoko e em mim."
Foto: Getty Images
"All You Need is Love"
Lennon acabou se tornando um dos maiores defensores da paz mundial, no auge da Guerra do Vietnã. "All You Need is Love", de 1967, entoou o chamado Verão do Amor, uma série de manifestações pacíficas que pediam o fim do conflito. Em 1969, ele e Yoko protagonizaram, na Holanda e no Canadá (foto), um protesto que ficou conhecido como "bed-in", onde ele compôs outro hino da paz, "Give Peace a Chance".
Foto: AP
"How Do You Sleep?"
Os Beatles se separaram em 1970. No ano seguinte, Paul McCartney compôs "Two Many People" – uma "cutucada" na arrogância política de Lennon e Yoko. Profundamente magoado, Lennon devolveu o ataque com a música "How Do You Sleep?", sugerindo que a única música boa de McCartney havia sido "Yesterday". Lennon continuou amigo de Ringo Starr e George Harrison e mais tarde se reconciliou com McCartney.
Foto: Jim Marshall Pho
"(Just Like) Starting Over"
Em 1975, Lennon decidiu dar uma pausa na música. Ele e Yoko reataram após uma separação de 18 meses – o que ele chamou de "fim de semana perdido" –, e o filho Sean nasceu em 9 de outubro, dia em que Lennon completava 35 anos. Após cinco anos afastado da música, ele lançou o simbólico single "(Just Like) Starting Over", em 20 de outubro de 1980. Dois meses depois, Lennon foi assassinado.
Foto: AP
"Imagine"
Mesmo com a morte de John Lennon, suas músicas foram mantidas vivas pela legião de fãs – e monumentos de paz foram erguidos em sua homenagem em cidades como Nova York, Lima, Havana, Liverpool, Reykjavik e outras. "Imagine", sua mais famosa canção, ganhou versões de cantores como Madonna, Stevie Wonder e Elton John e continua sendo uma das músicas mais tocadas de todos os tempos.