Zeitgeist: Guam, território estratégico dos EUA no Pacífico
10 de agosto de 2017
Ilha tem grande importância devido à sua localização e abriga duas bases militares americanas, uma área e a outra marítima. Localidade também desempenhou papel-chave nas guerras do Vietnã e da Coreia.
Anúncio
A pequena ilha de Guam, no Oceano Pacífico, é um território americano desde 1898 e um ponto militar estratégico para os Estados Unidos. Ela abriga a Base Aérea de Andersen, no norte, e a Base Naval de Guam, no sul. Nelas estão estacionados cerca de 6 mil militares americanos.
A base naval remonta a 1898, quando os Estados Unidos tomaram Guam da Espanha, durante a Guerra Hispano-Americana. A base aérea foi construída em 1944 para facilitar ataques dos Estados Unidos ao Japão durante a Segunda Guerra Mundial.
A Base Naval é o porto de referência para quatro submarinos nucleares e dois navios-tênder (de apoio) de submarinos. Já a base de Andersen abriga um esquadrão de helicópteros e bombardeiros aéreos.
Guam tem uma localização estratégica, perto da Península Coreana e de outros possíveis pontos de conflito da Ásia Oriental. Seul fica a 3.200 quilômetros, Tóquio está a 2.400 quilômetros e Taipei, a 2.700 quilômetros. Pyongyang fica a 3.500 quilômetros de distância.
Os Estados Unidos começaram a enviar bombardeiros, como o B-1, o B-2 e o B-52, para a base de Andersen em 2004, em parte para compensar as forças deslocadas de outras bases na região Ásia-Pacífico para lutar no Oriente Médio.
Em 2013, Guam recebeu um sistema de defesa antimísseis do tipo THAAD (Terminal High Altitude Area Defense). Ele é voltado para a destruição de mísseis durante a sua fase final de voo.
Em 10 de dezembro de 1941, pouco depois do ataque a Pearl Harbour, no Havaí, tropas japonesas ocuparam Guam. O território permaneceu sob domínio japonês até 21 de julho de 1944, quando os americanos o retomaram.
Guam também desempenhou um papel importante durante a Guerra do Vietnã. A Força Aérea dos Estados Unidos enviou 155 bombardeiros B-52 para o território, de onde partiam para o conflito. Guam também foi um importante ponto de reabastecimento e de parada para os militares americanos que participaram da guerra.
Também devido à sua localização, Guam desempenhou um papel estratégico durante a Guerra da Coreia, entre 1950 e 1953.
Guam integra o arquipélago das Marianas e é um importante destino turístico por causa de suas praias e recifes de corais. Tem uma superfície de 544 quilômetros quadrados e 162 mil habitantes, todos eles cidadãos americanos com direitos limitados.
Assim como Porto Rico, Guam é um território não incorporado, o que, na prática, significa que seus habitantes não participam de eleições nos Estados Unidos, e seu único representante no Congresso não tem direito a voto.
A coluna Zeitgeist oferece informações de fundo com o objetivo de contextualizar temas da atualidade, permitindo ao leitor uma compreensão mais aprofundada das notícias que ele recebe no dia a dia.
Os ataques nucleares a Hiroshima e Nagasaki
Ataques às duas cidades japonesas em 1945 são os únicos casos de emprego de armas atômicas numa guerra.
Foto: Kazuhiro Nogi/AFP/Getty Images
O primeiro ataque
Em 6 de agosto de 1945, o avião Enola Gay lançou, sobre Hiroshima, a primeira bomba nuclear da história. A bomba carregava o inocente apelido de "Little Boy". A cidade tinha então 350 mil habitantes. Um em cada cinco morreu em questão de segundos. Hiroshima foi praticamente varrida do mapa.
Foto: Three Lions/Getty Images
O Enola Gay
O ataque a Hiroshima estava planejado para acontecer em 1 de agosto de 1945, mas teve que ser adiado devido a um tufão. Cinco dias depois, o Enola Gay partiu com 13 tripulantes a bordo. A tripulação só ficou sabendo durante o voo que lançariam uma bomba atômica.
Foto: gemeinfrei
O segundo ataque
Três dias depois do ataque a Hiroshima, os americanos lançaram uma segunda bomba, sobre Nagasaki. A cidade de Kokura era o alvo original do ataque, mas o tempo nublado fez com que os americanos mudassem seus planos. A bomba apelidada de "Fat Man" tinha uma potência de 22 mil toneladas de TNT. Estima-se que 70 mil pessoas morreram até dezembro de 1945.
Foto: Courtesy of the National Archives/Newsmakers
Alvo estratégico
Em 1945, Nagasaki era sede da Mitsubishi, então fábrica de armas responsável por desenvolver os torpedos usados no ataque a Pearl Harbor. No entanto, apenas alguns soldados japoneses estavam baseados na cidade. A má visibilidade não possibilitou um ataque direto contra os estaleiros da fábrica.
Foto: picture-alliance/dpa
As vítimas
Durante meses após os ataques, dezenas de milhares de pessoas morreram por causa dos efeitos das explosões. Somente em Hiroshima, até o fim de 1945, 60 mil pessoas morreram por conta da radiação, de queimaduras e outros ferimentos graves. Em cinco anos, o número estimado de vítimas dos dois bombardeios atômicos é de 230 mil pessoas.
Foto: Keystone/Getty Images
Terror no fim da guerra
Depois de Hiroshima e Nagasaki, muitos japoneses temeram um terceiro ataque, a Tóquio. O Japão declarou então sua rendição, pondo fim à Segunda Guerra também na Ásia. O então presidente americano, Harry Truman, ordenou os bombardeios. Ele estava convencido de que essa era a única maneira de acabar com a guerra rapidamente. Para muitos historiadores, no entanto, os ataques foram crimes de guerra.
Foto: AP
A reconstrução
Devastada, Hiroshima foi reconstruída do zero. Apenas uma ilha, no rio Ota, foi mantida e se tornou o Parque Memorial da Paz. Hoje, há uma série de memoriais: o Museu Memorial da Paz de Hiroshima; a Estátua das Crianças da Bomba Atômica; as Ruínas da Indústria e Comércio; e a Chama da Paz, que vai permanecer acesa até a última bomba atômica do planeta ser destruída.
Foto: Keystone/Getty Images
Contra o esquecimento
Desde 1955, o Museu da Bomba Atômica e o Parque da Paz de Nagasaki prestam homenagem às vítimas dos ataques. No Japão, a reverência às vítimas desempenha um grande papel na cultura e na identidade nacional. Hiroshima e Nagasaki se tornaram símbolos mundiais dos horrores das armas nucleares.
Foto: Getty Images
Dia para relembrar
Desde os ataques de agosto de 1945, as pessoas em todo o mundo lembram as vítimas dos bombardeios atômicos. Em Hiroshima, acontece anualmente um memorial. Sobreviventes, familiares, cidadãos e políticos se reúnem para um minuto de silêncio. Muitos japoneses estão engajados contra o desarmamento nuclear.