Panmunjom foi um vilarejo coreano. Hoje é o nome não oficial da Área de Segurança Conjunta, local onde representantes das Coreias do Sul e do Norte se reúnem para raros diálogos.
Anúncio
Panmunjom é o nome do vilarejo onde, em 1953, foi acertado o armistício que encerrou a Guerra da Coreia (1950-53). A assinatura de um armistício, e não de um acordo de paz, significa que, tecnicamente, Coreia do Norte e Coreia do Sul continuam em guerra.
Essa situação é particularmente visível no local que hoje é chamado de Panmunjom e que fica dentro da zona desmilitarizada de 248 quilômetros de extensão e 4 quilômetros de largura que é a fronteira de fato entre os dois países.
Do vilarejo original pouco restou. Os antigos moradores foram todos removidos. Depois da assinatura do armistício, um novo local foi construído, a cerca de um quilômetro do vilarejo original e também nomeado Panmunjom.
Essa nova área é composta por um conjunto de barracões que formam a Área de Segurança Conjunta. Ela é a sede da Comissão do Armistício Militar (MAC, em inglês), que supervisiona a manutenção do armistício.
Lá, soldados da Coreia do Norte e da Coreia do Sul ficam frente à frente, separados por alguns poucos metros. A presença deles é constante. Os sentinelas sul-coreanos devem ter no mínimo 1,73 metro de altura e ser faixa preta em judô ou taekwondo. Eles ficam de vigia numa posição de taekwondo e não podem expressar emoções. Para isso, usam óculos escuros.
As construções que mais se destacam em Panmunjom são três barracões azuis, nos quais representantes dos dois lados se reúnem para as raras conversações. Bem no meio deles passa a linha divisória entre os dois países.
O barracão azul do meio é aberto para a visitação de turistas vindos dos dois países e é uma atração turística extremamente popular. Em geral, os turistas que visitam Panmunjom são instruídos pelos guias a não fazerem gestos que possam ser entendidos como provocação pelos soldados do outro lado.
Mas não só turistas visitam Panmunjom. Entre os visitantes ilustres do local ou de outros pontos da zona desmilitarizada estão vários presidentes americanos, como Bill Clinton, George W. Bush e Barack Obama. Em geral, visitas americanas de alto escalão ocorrem em momentos de tensão. Também o líder norte-coreano, Kim Jong-un, já visitou Panmunjom.
A coluna Zeitgeist oferece informações de fundo com o objetivo de contextualizar temas da atualidade, permitindo ao leitor uma compreensão mais aprofundada das notícias que ele recebe no dia a dia.
Na fronteira entre China e Coreia do Norte
De um lado do rio está a China, na outra margem, a Coreia do Norte. O que tradicionalmente é uma atração turística também deveria vivenciar um boom econômico. Mas esse não é o caso.
Foto: Reuters/D. Sagolj
Uma ponte para lugar nenhum
Uma antiga ponte sobre o rio Yalu é uma das atrações turísticas da cidade fronteiriça chinesa de Dandong. A construção foi bombardeada e destruída pelos americanos durante a Guerra da Coreia. Os restos foram retirados no lado coreano, mas mantidos como memorial na margem chinesa. A pouco metros dali se encontra a chamada Ponte da Amizade, com movimentado tráfego transfronteiriço de mercadorias.
Foto: Reuters/D. Sagolj
Passeio com fim abrupto
A parte chinesa da ponte destruída sobre o rio Yalu é aberta ao público. Em 2015, outra ligação foi erguida sobre o rio. A construção de 350 milhões de dólares foi financiada completamente pela China, levando apenas três anos de obras. Mas, até hoje, ela não pôde ser usada corretamente, já que a ponte termina no lado coreano em terras agrícolas sem ligações com estradas.
Foto: Reuters/D. Sagolj
Grandes planos e dura realidade
No lado norte-coreano do Yalu, encontra-se a cidade de Sinuiju. Ali vivem quase 400 mil pessoas. A cidade é um importante ponto de cruzamento. Além da Ponte da Amizade sino-coreana, Sinuiju possui um porto próprio há mais de cem anos. E, agora, estão sendo construídas uma autoestrada e uma ligação ferroviária para Pyongyang. Isso vai facilitar consideravelmente a logística do tráfego fronteiriço.
Foto: Reuters/D. Sagolj
Excursão à Coreia do Norte
Para os turistas do lado chinês, um rápido olhar sobre o cotidiano na Coreia do Norte e seus cidadãos é particularmente emocionante. Esta foto tirada no final de março em Sinuiju evidencia os instrumentos de trabalho dos agricultores norte-coreanos.
Foto: Reuters/D. Sagolj
Visão mais de perto
Este chinês ganha uns trocados adicionais: por alguns yuans, ele permite que turistas olhem através de suas lunetas. Assim, a Coreia do Norte parece estar a poucos passos de distância.
Foto: Reuters/D. Sagolj
Suvenires e arame farpado
Quer comprar uma lembrancinha da excursão à fronteira norte-coreana? Comerciantes chineses oferecem as suas mercadorias, com direito a vista para a Coreia do Norte.
Foto: Reuters/D. Sagolj
Gostinho norte-coreano também no cardápio
A influência norte-coreana na cidade fronteiriça de Dandong pode ser percebida por toda parte. Ali, para fins de prestígio, a Coreia do Norte opera, entre outros, diversos restaurantes. Essa também é uma das formas de se obter divisas para os cofres do regime em Pyongyang.
Foto: Reuters/D. Sagolj
Relações arrefecidas
Desde o quarto teste nuclear em janeiro de 2016, as relações entre a Coreia do Norte e seu grande aliado China pioraram visivelmente. Posteriormente, ao contrário de vezes passadas, Pequim apoiou o novo endurecimento de sanções existentes da ONU. Em resposta a outro teste de míssil norte-coreano, os chineses suspenderam, em fevereiro, as importações de carvão do país vizinho.
Foto: Reuters/D. Sagolj
Motor econômico engasgado
Na realidade, China e Coreia do Norte pretendiam expandir consideravelmente as relações econômicas na região de fronteira. Mas, atualmente, isso é pouco evidente. Embora esses apartamentos de luxo estejam prontos em Dandong, podem-se ver muitos prédios inacabados na cidade. E a planejada zona econômica especial até hoje não foi inaugurada.