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Zelenski demite embaixador ucraniano na Alemanha

9 de julho de 2022

Andriy Melnyk atuava desde 2015 como enviado de Kiev em Berlim. Em meio à guerra, embaixadores na Índia, República Tcheca, Noruega e Hungria também são afastados. Presidência ucraniana não justificou demissão.

Andriy Melnyk, embaixador da Ucrânia na Alemanha
Melnyk, de 46 anos, ficou conhecido por suas repetidas demandas ao governo alemão por mais apoio contra a RússiaFoto: Kay Nietfeld/dpa/picture alliance

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, demitiu neste sábado (09/07) alguns dos principais enviados de Kiev no exterior, incluindo o embaixador do país na Alemanha, Andriy Melnyk.

Em um decreto sem especificar uma justificativa para a mudança, Zelenski oficializou a demissão também dos embaixadores ucranianos na Índia, República Tcheca, Noruega e Hungria. Não ficou claro se os diplomatas serão realocados em outras posições.

Alguns veículos da imprensa alemã, como os jornais Bild e Süddeutsche Zeitung, informaram que Melnyk seria transferido para o Ministério das Relações Exteriores em Kiev, citando fontes ucranianas.

Após a invasão russa da Ucrânia em 24 de fevereiro, o presidente ucraniano instou seus representantes diplomáticos em todo o mundo a dedicarem seus esforços a reunir apoio internacional e ajuda militar a fim de defender o país dos ataques de Moscou.

Bem conhecido entre políticos e diplomatas em Berlim, Andriy Melnyk foi nomeado pelo antecessor de Zelenski e atuava como embaixador na Alemanha desde janeiro de 2015, mais tempo do que os diplomatas costumam permanecer no cargo.

O ucraniano de 46 anos é ativo nas redes sociais e já classificou políticos e intelectuais que se opõem a armar a Ucrânia contra a invasão russa como apaziguadores.

Certa vez, ele chegou a acusar o chanceler federal alemão, Olaf Scholz, de se comportar como uma "salsicha de fígado ofendida" quando este não aceitou imediatamente um convite de Zelenski para visitar a Ucrânia.

Melnyk ficou conhecido por suas repetidas demandas ao governo alemão por mais apoio contra a Rússia, principalmente por meio do envio de armas mais pesadas.

Polêmica sobre Holocausto

Recentemente, ele foi pressionado por defender o líder nacionalista ucraniano Stepan Bandera, que comandou um grupo responsável por cometer limpeza étnica e o massacre de dezenas de milhares de poloneses e judeus durante a Segunda Guerra Mundial.

Durante uma entrevista, Melnyk negou que Bandera fosse um assassino em massa, dizendo que ele foi deliberadamente demonizado pela União Soviética.

A embaixada israelense acusou o embaixador ucraniano de "distorcer fatos históricos, banalizar o Holocausto e insultar aqueles que foram assassinados por Bandera e seu povo".

Melnyk inicialmente não respondeu, mas depois rejeitou a acusação. "Todo mundo que me conhece sabe: eu sempre condenei o Holocausto nos termos mais fortes possíveis", tuitou o diplomata, chamando as acusações de "absurdas".

Kiev e Berlim em desacordo

As relações de Kiev com a Alemanha – um país fortemente dependente do fornecimento de energia russa e também a maior economia da Europa – são particularmente sensíveis.

Os governos em Berlim e em Kiev estão atualmente em desacordo sobre uma turbina fabricada na Alemanha que passa por manutenção no Canadá. A Alemanha quer que o país norte-americano devolva a turbina à gigante russa de gás natural Gazprom a fim de bombear gás para a Europa.

Enquanto isso, Kiev pediu ao Canadá que mantenha a turbina em seu território, afirmando que o envio dela à Rússia seria uma violação das sanções internacionais impostas contra Moscou devido à guerra.

ek (Reuters, DPA)

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