Zimbábue pede extradição de dentista que matou leão
31 de julho de 2015
Americano Walter James Palmer é acusado de ter matado Cecil, o leão mais famoso do país africano. Caso gerou uma onda de indignação entre zimbabuanos e também no exterior.
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O governo do Zimbábue solicitou nesta sexta-feira (31/07) aos Estados Unidos a extradição do dentista americano Walter James Palmer, acusado de ter caçado ilegalmente o leão mais famoso do país, conhecido como Cecil. O caso gerou uma onda de indignação no país africano e também nas redes sociais em todo o mundo.
O procedimento para solicitar a extradição para julgamento já foi iniciado, afirmou a ministra do Meio Ambiente, Oppah Muchinguri, que lamentou que o caso tenha sido revelado quando o caçador já havia deixado o país africano. Ela disse que 500 mil pessoas exigem a extradição do dentista.
Segundo a Força Especial para a Conservação de Zimbábue (ZCTF, na sigla em inglês), Palmer participou em 6 de julho de uma caçada noturna no Parque Nacional de Hwange, no oeste do país.
O leão Cecil, de 13 anos, foi atraído para fora do parque, onde, em tese, não seria mais ilegal caçá-lo. O dentista admite ter matado Cecil, mas afirma ter confiado nos seus dois guias e que, por isso, acreditava que a caça era legal e contava com "todas as permissões" necessárias.
Palmer acrescentou que "não tinha idea" de que Cecil era o leão mais famoso do Zimbábue e que se baseou na "experiência" dos guias locais para garantir uma "caça legal".
As autoridades do Zimbábue disseram que duas pessoas já foram presas. Uma delas é um caçador profissional, e a outra, um fazendeiro.
O Serviço de Pesca e Vida Silvestre dos Estados Unidos abriu uma investigação para averiguar se Palmer violou a lei que proíbe o comércio de animais silvestres que tenham sido ilegalmente mortos, transportados ou vendidos.
Também nos Estados Unidos, mais de cem mil pessoas assinaram um pedido para que a Casa Branca "coopere totalmente com as autoridades do Zimbábue e extradite Walter Palmer tão logo o governo do Zimbábue solicite" a extradição.
AS/efe/ap/rtr/dpa/afp
2014: um ano difícil para a vida selvagem
Para amantes da natureza, mesmo pequenas vitórias são consideradas um sucesso. O ano de 2014 foi difícil para muitas espécies animais, mas ainda há esperança.
Foto: picture-alliance/dpa/P. Pleul
Rei sem reino
Poucas coisas simbolizam melhor a vida selvagem do que um grupo de leões durante a caça. No entanto, restam apenas 23 mil deles no mundo. Os últimos remanescentes vivem na África Ocidental e na Índia. Mais uma vez, a perda do habitat natural é uma das maiores ameaças.
Foto: Fotolia/EcoView
O último refúgio
O Parque Nacional de Salonga, na República Democrática do Congo, é considerado o último refúgio dos bonobos, parentes próximos dos chimpanzés. Cada vez mais caçadores penetram na área e ameaçam a sobrevivência dos animais e não há melhora em vista: o governo concedeu permissão para perfurações de poços de petróleo em algumas áreas do parque nacional.
Foto: flickr.com/graphicreality
Gigante desamparado
Apesar de serem os maiores animais terrestres, os elefantes pouco podem contra caçadores ilegais. Há 430 mil deles em estado selvagem, o que pode parecer um número alto, mas algumas populações já estão ameaçadas de extinção. Manadas se deparam com povoações humanas numa frequência cada vez maior.
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Poucas chances
O rinoceronte-branco do norte está em uma situação desesperadora. O último macho em condições de se reproduzir morreu de 2014 no Quênia. Restam apenas seis exemplares deles no mundo, o que não é suficiente para assegurar a sobrevivência da espécie. Rinocerontes são caçados principalmente por causa de seus chifres.
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Peregrinos alados
Todos os anos, um número incontável de borboletas-monarcas fazem uma longa viagem do Canadá ao México. No futuro, este espetáculo imponente da natureza pode se tornar uma raridade. A população desses insetos diminuiu 44% em apenas um ano, um recorde negativo.
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Colosso em apuros
Com as suas enormes presas e pele grossa, morsas são animais impressionantes. Ao lado dos ursos polares, elas são as mais famosas vítimas das mudanças climáticas. No outono de 2014 do Hemisfério Norte, 35 mil morsas encalharam na costa do Alasca. Os animais costumam descansar sobre blocos de gelo no mar. O problema é que eles estão derretendo rapidamente.
Foto: picture-alliance/AP Photo/U.S. Fish and Wildlife Service
Parentes do homem
Atualmente 94% dos primatas estão na lista das espécies ameaçadas. A relação inclui alguns lêmures, como o grande indri e o lêmure rato de Berthe. Lêmures só existem em Madagascar. As razões para o declínio das populações são conhecidas: a destruição do habitat natural e a caça ilegal.
Foto: imago/blickwinkel
Gentil preguiçoso
Mesmo que a situação global dos primatas seja ruim, para os gorilas-da-montanha há uma boa notícia: a petrolífera Soco International encerrou a extração no Parque Nacional de Virunga, lar de cerca de 200 gorilas-da-montanha. A ameaça para les ainda é grande, mas esta última notícia dá, pelo menos, uma ponta de esperança.
Foto: Reisedoktor/Wikipedia
Recuperação lenta
No que diz respeito à sobrevivência da baleia azul, por muito tempo só havia perspectivas ruins. Agora, o Chile criou um santuário de 70 mil hectares para o maior ser vivo do planeta. As baleias criam seus filhotes na região costeira. Hoje já existem 25 mil baleias azuis nadando pelos mares – número que poderia ser ainda maior.
Foto: picture alliance/WILDLIFE
Bela barba!
Não só os animais na remota selva africana estão ameaçados de extinção. O abutre-barbudo já voou soberano sobre os Alpes. Atualmente, restam apenas 150 dessas aves. Organizações como o WWF tentam estabilizar o número de indivíduos através da reintrodução de animais na natureza. Em 2014, dois novos abutres-barbudos foram soltos. Tomara que a iniciativa dê certo!
Foto: imago/Hohlfeld
O alce voltou!
A Alemanha voltou a ter vida selvagem. Nos últimos anos, lobos e ursos puderam ser vistos novamente no país. Em meados de 2014, um alce invadiu um escritório em Dresden. Parece ter sido uma maneira muito direta de dizer "voltei, me proteja!"