Leões, leopardos e elefantes só poderão ser caçados nas proximidades do Parque Nacional de Hwange se houver autorização por escrito. O mesmo vale para o uso de arco e flecha.
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O Zimbábue suspendeu neste sábado (01/08 ) a caça de leões, leopardos e elefantes nas proximidades do Parque Nacional de Hwange. A prática passa a ser permitida apenas quando houver uma autorização especial da autoridade responsável pelos parques nacionais.
"A matança ilegal do leão Cecil fora do Parque Nacional de Hwange mostrou a necessidade de reforçar ainda mais as regulamentações sobre a caça em todas as áreas que fazem fronteira com o parque", afirmou a autoridade responsável pelos parques nacionais do Zimbabué, conhecida pela sigla ZPWMA.
"A caça aos leões, leopardos e elefantes em áreas de fronteira com o Parque Nacional de Hwange é suspensa com efeitos imediatos", acrescentou, em comunicado. Esse tipo de caça só poderá ocorrer se houver uma autorização por escrito do diretor-geral da ZPWMA e na presença de funcionários do parque, afirma a nota.
Além disso, foi suspensa a caça com arco e flecha, que também só poderá ocorrer se houver autorização expressa.
A ministra do Meio Ambiente do Zimbábue, Oppah Muchinguri, pediu sexta-feira a extradição do dentista americano Walter Palmer, que matou o leão Cecil, animal de uma espécie protegida no país e uma das principais atrações do Parque Nacional de Hwange.
Cecil era um macho dominante na reserva, ficou conhecido pela sua notável juba negra e fazia parte de uma investigação científica sobre a longevidade dos leões, realizada pela Universidade de Oxford, usando um colar com rádio transmissor.
AS/lusa/ap/afp
2014: um ano difícil para a vida selvagem
Para amantes da natureza, mesmo pequenas vitórias são consideradas um sucesso. O ano de 2014 foi difícil para muitas espécies animais, mas ainda há esperança.
Foto: picture-alliance/dpa/P. Pleul
Rei sem reino
Poucas coisas simbolizam melhor a vida selvagem do que um grupo de leões durante a caça. No entanto, restam apenas 23 mil deles no mundo. Os últimos remanescentes vivem na África Ocidental e na Índia. Mais uma vez, a perda do habitat natural é uma das maiores ameaças.
Foto: Fotolia/EcoView
O último refúgio
O Parque Nacional de Salonga, na República Democrática do Congo, é considerado o último refúgio dos bonobos, parentes próximos dos chimpanzés. Cada vez mais caçadores penetram na área e ameaçam a sobrevivência dos animais e não há melhora em vista: o governo concedeu permissão para perfurações de poços de petróleo em algumas áreas do parque nacional.
Foto: flickr.com/graphicreality
Gigante desamparado
Apesar de serem os maiores animais terrestres, os elefantes pouco podem contra caçadores ilegais. Há 430 mil deles em estado selvagem, o que pode parecer um número alto, mas algumas populações já estão ameaçadas de extinção. Manadas se deparam com povoações humanas numa frequência cada vez maior.
Foto: picture-alliance/dpa
Poucas chances
O rinoceronte-branco do norte está em uma situação desesperadora. O último macho em condições de se reproduzir morreu de 2014 no Quênia. Restam apenas seis exemplares deles no mundo, o que não é suficiente para assegurar a sobrevivência da espécie. Rinocerontes são caçados principalmente por causa de seus chifres.
Foto: picture alliance/WILDLIFE
Peregrinos alados
Todos os anos, um número incontável de borboletas-monarcas fazem uma longa viagem do Canadá ao México. No futuro, este espetáculo imponente da natureza pode se tornar uma raridade. A população desses insetos diminuiu 44% em apenas um ano, um recorde negativo.
Foto: MARIO VAZQUEZ/AFP/Getty Images
Colosso em apuros
Com as suas enormes presas e pele grossa, morsas são animais impressionantes. Ao lado dos ursos polares, elas são as mais famosas vítimas das mudanças climáticas. No outono de 2014 do Hemisfério Norte, 35 mil morsas encalharam na costa do Alasca. Os animais costumam descansar sobre blocos de gelo no mar. O problema é que eles estão derretendo rapidamente.
Foto: picture-alliance/AP Photo/U.S. Fish and Wildlife Service
Parentes do homem
Atualmente 94% dos primatas estão na lista das espécies ameaçadas. A relação inclui alguns lêmures, como o grande indri e o lêmure rato de Berthe. Lêmures só existem em Madagascar. As razões para o declínio das populações são conhecidas: a destruição do habitat natural e a caça ilegal.
Foto: imago/blickwinkel
Gentil preguiçoso
Mesmo que a situação global dos primatas seja ruim, para os gorilas-da-montanha há uma boa notícia: a petrolífera Soco International encerrou a extração no Parque Nacional de Virunga, lar de cerca de 200 gorilas-da-montanha. A ameaça para les ainda é grande, mas esta última notícia dá, pelo menos, uma ponta de esperança.
Foto: Reisedoktor/Wikipedia
Recuperação lenta
No que diz respeito à sobrevivência da baleia azul, por muito tempo só havia perspectivas ruins. Agora, o Chile criou um santuário de 70 mil hectares para o maior ser vivo do planeta. As baleias criam seus filhotes na região costeira. Hoje já existem 25 mil baleias azuis nadando pelos mares – número que poderia ser ainda maior.
Foto: picture alliance/WILDLIFE
Bela barba!
Não só os animais na remota selva africana estão ameaçados de extinção. O abutre-barbudo já voou soberano sobre os Alpes. Atualmente, restam apenas 150 dessas aves. Organizações como o WWF tentam estabilizar o número de indivíduos através da reintrodução de animais na natureza. Em 2014, dois novos abutres-barbudos foram soltos. Tomara que a iniciativa dê certo!
Foto: imago/Hohlfeld
O alce voltou!
A Alemanha voltou a ter vida selvagem. Nos últimos anos, lobos e ursos puderam ser vistos novamente no país. Em meados de 2014, um alce invadiu um escritório em Dresden. Parece ter sido uma maneira muito direta de dizer "voltei, me proteja!"