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Estabilidade do euro

11 de abril de 2010

Após a nota de crédito da Grécia ter sido rebaixada pelas agências de rating, fazendo cair a cotação da moeda europeia, os ministros das Finanças da zona do euro aprovaram ajuda financeira a ser usada só em último caso.

Premiê de Luxemburgo adverte que a meta é não precisar da ajudaFoto: AP

Os países que adotam a moeda única europeia se dispuseram a ajudar a Grécia, em caso de emergência, com 30 bilhões de euros. Além disso, o país mediterrâneo altamente endividado também deverá receber um auxílio de 15 bilhões de euros por parte do Fundo Monetário Internacional (FMI).

"Os mercados estavam aguardando esse esclarecimento ", justificou o presidente do grêmio de ministros das Finanças do bloco do euro, Jean-Claude Juncker, neste domingo (11/04), em Bruxelas, ao fim de um encontro ministerial por conferência de vídeo. O governo grego agradeceu o anúncio de ajuda por parte dos parceiros europeus, mas ressalvou que ainda não fará uso desses recursos.

Meta é evitar que ajuda seja utilizada

Os ministros também fixaram em 5% os juros a serem cobrados por um empréstimo de três anos. Trata-se de uma taxa superior à requerida pelo FMI. As condições de crédito para os anos subsequentes ainda estão em aberto.

O encontro ministerial serviu apenas para definir as condições de uma eventual ajuda, a fim de elevar a credibilidade do país no mercado financeiro. Se Atenas vier a recorrer a esse auxílio, a decisão ainda deverá passar pelo crivo de diversos grêmios europeus.

Jean-Claude Juncker, primeiro-ministro e ministro das Finanças de Luxembrugo, assinalou que "a meta prioritária é evitar que seja necessário recorrer a esse mecanismo". Ao mesmo tempo, ele assegurou que o bloco estaria disposto a intervir imediatamente, em caso de urgência.

O encontro ministerial extraordinário deste domingo foi convocado às pressas, após as agências de risco internacionais terem elevado o fator de risco para títulos do Estado grego. A agência Fitch rebaixou drasticamente a nota de crédito do país, cujas dívidas astronômicas poderão vir a ameaçar a estabilidade da moeda única europeia. Em decorrência disso, a cotação do euro vem caindo nas últimas semanas.

Alemanha arcaria com quase um terço da ajuda

A decisão de recorrer à ajuda oferecida pela zona do euro e pelo FMI cabe ao governo grego. Caso Atenas resolva fazer uso dessa oferta, a Comissão Europeia e o Banco Central Europeu deverão avaliar a necessidade real de tal passo, antes de conceder o empréstimo. A decisão final, contudo, depende de uma aprovação unânime dos ministros das Finanças da zona do euro.

Esse plano de emergência se tornará necessário a partir do momento em que Grécia não consiga mais captar recursos no mercado de capitais. Se recorrer à ajuda, o país mediterrâneo terá que se submeter a um regime de contenção de despesas públicas ainda mais rigoroso que os pacotes de reforma aprovados até agora.

Todos os países da zona do euro pretendem colaborar com a ajuda de emergência à Grécia. No entanto, a distribuição dos encargos será feita de acordo com cota de cada país no capital do Banco Central Europeu. Isso significa que a Alemanha, cuja participação nesse capital é de 19%, teria que prestar a maior contribuição.

Como o Banco Central conta não apenas com o capital dos 16 países da zona do euro, mas também com o dos demais 11 membros da União Europeia que ainda não adotam a moeda única, o cálculo da participação alemã na ajuda à Grécia poderia chegar a 27%. O empréstimo a ser concedido por Berlim a Atenas poderia chegar então a oito bilhões de euros.

SL/dpa/rtdt

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