Zona do euro registra inflação anual recorde de 7,4%
21 de abril de 2022
Índice de março é o maior desde que o euro foi adotado como moeda comum, em 1999. Alta foi impulsionada pelo aumento dos preços da energia devido à guerra na Ucrânia.
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A inflação anual na zona do euro atingiu em março o recorde histórico de 7,4%, em meio à espiral dos preços da energia causada em parte pela guerra na Ucrânia, informou o Departamento de Estatísticas da União Europeia (Eurostat) nesta quinta-feira (21/04).
O índice, o mais alto desde que o euro foi introduzido como moeda comum, em 1999, está 1,5 ponto percentual acima do de fevereiro, quando a inflação anual foi de 5,9%. O índice é bem maior do que a meta de 2% considerada ideal pelo Banco Central Europeu (BCE).
O resultado de março, porém, é um décimo mais baixo do que a estimativa preliminar emitida no começo deste mês, que projetava uma inflação anual de 7,5% em março na zona do euro. Em março de 2021, a inflação anual nos países da moeda comum estava em 1,3%.
Na União Europeia (EU) como um todo (incluindo países que não utilizam o euro), a inflação anual em março foi de 7,8%, um aumento de 1,6 ponto percentual em relação a fevereiro. No mesmo mês do ano passado, o índice era de 1,7%.
Fatores que mais contribuíram para a alta
Especialistas do BCE avaliam que a invasão da Ucrânia pela Rússia e o conflito continuarão a impulsionar a inflação por algum tempo. O principal fator inflacionário é o forte aumento do custo da energia, que subiu 44% em março na comparação anual.
As duras medidas anticovid impostas pela China para conter o coronavírus também contribuíram para a inflação. Nas últimas semanas, novos lockdowns foram decretados no país como parte da política de "caso zero".
Em março, tal como em meses anteriores, a maior contribuição para a taxa de inflação anual da zona do euro foram os preços de energia (4,36 pontos percentuais). Embora mais moderados, os aumentos também foram observados em serviços (+1,12 ponto), alimentação, álcool e tabaco (+1,07 ponto) e bens industriais não energéticos (+0,90 ponto).
Em março, a Lituânia foi o país da zona do euro com a inflação anual mais elevada (15,6%), seguida da Estônia (14,8%) e da República Tcheca (11,9%). Em contrapartida, as taxas anuais mais baixas foram registradas em Malta (4,5%), França (5,1%) e Portugal (5,5%).
A zona euro é composta por Bélgica, Alemanha, Estônia, Irlanda, Grécia, Espanha, França, Itália, Chipre, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Holanda, Áustria, Portugal, Eslovênia, Eslováquia e Finlândia.
le/bl (EFE, dpa, Reuters)
A desigualdade econômica na União Europeia
As diferenças nos padrões de vida entre países da União Europeia são extremas. Mas, dependendo de como a riqueza é medida, há algumas surpresas – até quando se trata das nações em crise do bloco.
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Bulgária: salários baixíssimos
A Bulgária é considerada o país mais pobre da União Europeia e também aquele onde a corrupção é mais generalizada no bloco. Segundo a Germany Trade and Invest (GTAI), a renda bruta média em 2018 foi de apenas 580 euros por mês. Desde que o país ingressou na UE, vários jovens búlgaros deixaram sua terra natal, sendo muitos deles profissionais qualificados.
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Romênia: o penúltimo lugar no ranking econômico da UE
Não se deixe enganar pela riqueza de cidades pitorescas cuidadosamente restauradas, como Brasov (foto), na Transilvânia. Com um Produto Interno Bruto (PIB) de 11.440 euros per capita (2019), o país está, de fato, numa posição melhor do que a Bulgária (8.680 euros). Mas com um salário médio bruto de 1.050 euros em 2019, ainda fica bem atrás da Alemanha (3.994 euros).
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Grécia: saindo de uma crise para entrar em outra
Quando o país estava apenas começando a se recuperar dos efeitos da crise da dívida, em grande parte graças ao turismo dos últimos anos, veio a crise do coronavírus. Ainda que tenha um PIB per capita de cerca de 17.500 euros - aproximadamente o dobro do da Bulgária -, o país é considerado pobre se comparado à Alemanha.
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França: país de proprietários de imóveis
Quando o assunto é riqueza média, os franceses estão muito à frente dos alemães. Com um patrimônio líquido de 26.500 euros (2018) per capita, os franceses possuem quase 10.000 euros a mais, de acordo com dados da Allianz, em parte devido à baixa participação imobiliária dos alemães. Na França, muitos chegam a ter até uma segunda casa no interior.
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Itália: sem crescimento e altas dívidas
Entre os países europeus, a Itália foi particularmente atingida pela covid-19, com a cidade de Bérgamo rendendo manchetes como o epicentro da pandemia. Após cerca de duas décadas de estagnação econômica, o país é hoje um dos que defendem a distribuição de ajuda devido à pandemia entre os membros da UE. Com um PIB de 29.610 euros (2018) per capita, a Itália fica pouco abaixo da média do bloco.
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Espanha: o pavor de uma segunda onda
Após um forte aumento nas infecções por covid-19, as autoridades da Catalunha reimpuseram limitações de circulação em julho. O país é extremamente dependente do turismo, que representa cerca de 15% do PIB. Com uma produção econômica per capita de 26.440 euros (2018), a Espanha fica abaixo da média da UE, de pouco menos de 31.000 euros.
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Suécia: muita prosperidade, altos impostos e sem confinamento
A Suécia resolveu enfrentar a crise do coronavírus sem lockdown, o que, em comparação com seus vizinhos, acabou provocando muitas mortes. Com um PIB de 46.180 euros per capita, a Suécia fica em quinto lugar na Europa, atrás de Luxemburgo, Irlanda, Dinamarca e Holanda. Apesar dos altos impostos, os suecos ficaram à frente dos franceses em 2018, com um patrimônio líquido de 27.511 euros.
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Países Baixos: riqueza e produção econômica elevadas
Ao lado da Suécia, Dinamarca e Áustria, os holandeses estão entre os países que rejeitam transferências bilionárias sem contrapartida de reformas para países como a Itália. Com um PIB de 46.800 euros per capita (2019) e um patrimônio líquido de mais de 60.000 euros per capita (2018), eles estão no topo do ranking da UE.
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Alemanha: uma nação rica, mas os cidadãos nem tanto
Até agora, o país tem contornado a pandemia com sucesso. Os custos econômicos, no entanto, são enormes: as exportações caíram, e muitas empresas lutam para sobreviver. Detentora da maior economia da UE, a Alemanha teve um PIB de 41.340 euros (2019) per capita. Em 2018, porém, os alemães possuíam um patrimônio líquido de apenas 16.800 euros per capita - metade do observado na Itália.